O balanço de resultados da M. Dias Branco (MDIA3) referentes ao segundo trimestre de 2024 provocou reação negativa no mercado, com recuo anual de 12,8% no lucro líquido, a R$ 190 milhões, e de 7,7% na receita líquida, a R$ 2,6 bilhões.
Com isso, os papéis da companhia iniciaram o pregão dessa segunda-feira (12) em queda. Às 10h30 (horário de Brasília), as ações recuavam 5,86%, cotadas a R$ 27,80.
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 337 milhões, queda de 10,6% na comparação anual e 2% abaixo da projeção do consenso.
O market share de massas cresceu 1,1 p.p, para 29,2%, enquanto o de biscoitos caiu 0,2 p.p, em 31,8%. O Capex (despesas) da empresa também registrou um recuo, para R$ 60,9 milhões.
Segundo a companhia, após um período prolongado de queda no preço do trigo, que levou à redução dos preços dos itens, especialmente os de menor valor agregado, foi observada uma inversão na tendência dos preços do trigo (em dólares) a partir de março de 24, simultaneamente à desvalorização do real.
Diante desse cenário, os reajustes passaram a transitar no resultado a partir do mês de junho de 2024.
M. Dias Branco (MDIA3): análises da XP, JPMorgan e BBA
A XP Investimentos classificou os números apresentados como fracos, com destaque para a menor margem bruta na base trimestral, principalmente devido a preços mais baixos (parcialmente explicado pelo mix), maiores custos de óleo de palma e pior taxa de câmbio.
Foram destacadas as despesas de vendas persistentemente altas, o marcket share de biscoitos ligeiramente menor, mesmo com uma queda significativa nos preços, e maiores despesas financeiras atribuídas a variações cambiais.
O JPMorgan também avalia que a M Dias Branco apresentou resultados mais fracos do que o esperado no 2TRI24.
A equipe do banco americano destacou os esforços da empresa para aumentar volumes (+12% na base anual), utilização de capacidade à custa dos preços, que caíram mais do que a média do setor (-17,3% na base anual).
A queda sequencial dos preços é parcialmente explicada pelo mix, mas analistas também acreditam que é resultado de uma competição mais acirrada.
Na mesma linha que XP e JPMorgan, o Itaú BBA classificou os resultados como mais fracos do que o esperado, com a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) de 12,8% no trimestre 150 pontos-base (bps) abaixo da sua previsão.
O BBA acredita que essa compressão de margem na base trimestral não foi totalmente fatorada nas previsões do buyside, apesar do ajuste para baixo nas últimas semanas.
Por outro lado, o banco observa que as ações da companhia tiveram desempenho inferior ao Ibovespa em quase 20% desde que os números do 1TRI24 foram divulgados, indicando que parte desse movimento já foi precificado antecipadamente.
Dessa forma, o Itaú BBA reitera recomendação neutra e preço-alvo de R$ 46.