A Porto (PSSA3) apresentou um lucro líquido de R$ 584 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), um resultado 13,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi afetado negativamente pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que geraram um impacto de R$ 87,2 milhões no resultado. Além disso, a rolagem de títulos de renda fixa também contribuiu para pressionar a linha final do balanço.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) alcançou 18,5% durante o período.
A Porto Seguro, responsável pelas operações de seguros da companhia, registrou uma receita de R$ 5,2 bilhões, representando um crescimento de 3,6% em comparação ao segundo trimestre do ano anterior.
O segmento de automóveis, principal área de atuação, teve um aumento de 0,7%, enquanto os seguros patrimoniais cresceram 12,6% e os de vida, 5,9%.
Expansão de receita da Porto
As quatro verticais de negócios da empresa registraram crescimento de receita. No segmento de seguros, houve uma expansão de 3,6%, totalizando R$ 5,2 bilhões.
Durante o trimestre, destacou-se o aumento dos prêmios, com um avanço de 12,6% em seguros patrimoniais e 5,9% em seguros de vida. Já no ramo de automóveis, o prêmio manteve-se praticamente estável, com uma leve alta de 0,7%.
Já a recém-lançada Porto Serviço, que começou a divulgar seus resultados a partir do primeiro trimestre, faturou R$ 635,9 milhões entre abril e junho deste ano.
A rentabilidade das aplicações financeiras geridas pela tesouraria alcançou 69,3% do CDI, sendo impactada por ativos de renda fixa indexados à inflação, pré-fixados, além de renda variável e multimercados. No total, o retorno financeiro foi de R$ 224,7 milhões.
O índice de eficiência operacional, que mede a relação entre despesas administrativas e receita total, atingiu 11,7%, representando um incremento de 0,3 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Impactos das enchentes no RS
As enchentes no Rio Grande do Sul impactaram o índice de sinistralidade da Porto, que subiu 3,2 pontos percentuais, alcançando 52,5%.
O índice combinado, que mede a lucratividade das operações de seguros, encerrou o trimestre em 90,5%, representando um aumento de 3,5 pontos percentuais. Vale destacar que, ao atingir ou ultrapassar 100%, o índice indica que a operação está em prejuízo.
O CFO da Porto, Celso Damadi, ressalta que o impacto das enchentes não deve se repetir nos resultados futuros.
“Entendemos que 99,9% do efeito Rio Grande do Sul ficou no segundo trimestre. O impacto não foi muito diferente do que tínhamos calculado. Pode aparecer um veículo ou outro, sim, mas nada material que vá afetar os dados”, disse Damadi.
“Não acho que os eventos climáticos vão trazer aumento sistêmico de sinistralidade, mas a gente deve continuar vendo fenômenos assim” afirmou Paulo Kakinoff, CEO da Porto.