Dentro do esperado

CPI dos EUA: inflação ao consumidor cresce 0,2% em julho

O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de preços de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,2%, após subir 0,1% em junho

EUA
Foto: Divulgação

O CPI (índice de preços ao consumidor) nos EUA subiu 0,2% em julho ante junho, após queda de 0,1% um mês antes, segundo dados com ajuste sazonal divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Departamento do Trabalho americano. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 3,0% para 2,9%.

Os dados de julho vieram dentro do esperado, uma vez que o consenso LSEG de analistas projetava variação de +0,2% na leitura mensal. A projeção para a inflação anual era de 3,0%.

O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de preços de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,2%, após subir 0,1% em junho. O avanço anual nessa leitura foi de 3,2%, após alta de 3,3% no mês anterior.

O índice de habitação (“shelter”) subiu 0,4% em julho o dobro do observado em junho, respondendo por quase 90% do aumento mensal no índice geral do CPI. Em 12 meses, esse indicador tem alta de 5,1%.

Os preços da energia permaneceram inalterados ao longo do mês, após cair nos dois meses anteriores. Já o índice de alimentos aumentou 0,2% em julho, mesma taxa observada em junho. O índice de alimentação fora de casa  subiu 0,2% ao longo do mês, e o índice de no domicílio cresceu 0,1%.

A inflação de serviços excluindo energia foi de 0,3% em julho, com taxa de 4,9% em 12 meses.

CPI dos EUA de junho reforçou expectativa de corte de juros pelo Fed em setembro

Os dados do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) nos EUA trouxeram um tom de alívio e reforçaram a expectativa de um possível corte de juros pelo Fed (Federal Reserve) em setembro, segundo especialistas ouvidos pelo BP Money.

Com a desaceleração da inflação e sinais positivos na economia americana, especialistas veem um cenário favorável para uma flexibilização da política monetária, o que pode beneficiar tanto os mercados globais quanto os emergentes, como o Brasil.

Os dados divulgados na quinta-feira (11), pelo Departamento do Trabalho norte-americano, apontam uma queda de 0,1% em junho ante maio.

Segundo Celson Placido, CEO da Asset Management Warren (AMW), os números preliminares do CPI foram melhores do que o esperado, gerando uma expectativa de que as taxas de juros nos EUA possam ser reduzidas em 25 pontos base a partir de setembro. 

Ele observa que “o impacto disso no mercado brasileiro é positivo, visto que juros menores nos EUA aumentam o apetite dos investidores por países emergentes como o Brasil”.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, destaca que “o CPI veio abaixo do esperado, com uma queda de 0,1% em junho, enquanto o núcleo de inflação teve alta de 0,1%”.

O economista explica que esses dados positivos mexeram inicialmente com as bolsas, criptomoedas e moedas globais, apesar de uma posterior correção. Cohen acredita que, se os dados continuarem a alinhar-se com as expectativas, o Fed pode sinalizar uma queda de juros a partir de setembro.