Pode até soar estranho à primeira vista, mas o tatame e o mundo dos negócios têm mais em comum do que se imagina. Superação e resiliência são conceitos que permeiam tanto o universo dos investimentos quanto a trajetória da ex-atleta olímpica Mariana Silva.
Com uma carreira distinta no judô, Silva trouxe para sua nova função de assessora de investimentos na XP os mesmos princípios que a fizeram se destacar nos Jogos Olímpicos de Londres e Rio.
“A vida como assessora de investimentos também tem muitos desafios, assim como o tatame, de muita resiliência, persistência, disciplina, superação, então minha experiência como atleta me ajuda muito no dia a dia da minha nova profissão”, disse ao BP Money.
Após uma trajetória notável, em que se tornou a única brasileira na categoria meio-médio feminina a disputar uma medalha olímpica, Mariana Silva percebeu a importância de uma gestão financeira sólida.
Ao se aposentar das competições nos tatames, Silva viu de perto como uma boa administração pode fazer a diferença na vida de atletas, muitos dos quais enfrentam desafios financeiros inesperados.
Agora, como assessora de investimentos, Mariana aplica sua experiência em resiliência e estratégia para ajudar seus clientes a alcançar seus objetivos financeiros.
“Eu me encantei com o mercado financeiro e com o propósito de agregar na vida financeira de atletas e das pessoas em geral”, afirmou.
Sua transição do mundo esportivo para o mercado financeiro não é apenas uma mudança de carreira, mas uma extensão de sua busca por excelência e sucesso.
O programa XP Future, no qual Mariana foi selecionada, tem como objetivo recrutar profissionais com habilidades comerciais excepcionais, independentemente de sua experiência prévia no setor financeiro. Essa mudança de rumo exemplifica como a determinação e o foco no desempenho podem abrir portas para novas oportunidades e desafios.
O tatame e o mercado financeiro dividem alguma semelhança?
Com certeza! A minha disciplina como atleta me ajudou na hora de estudar e tirar as certificações necessárias para atuar no mercado financeiro. A vida como assessora de investimentos também tem muitos desafios, assim como o tatame, de muita resiliência, persistência, disciplina, superação. Então minha experiência como atleta me ajuda muito no dia a dia da minha nova profissão.
Quando eu era atleta do judô e estava competindo, eu sentia que representava todo o povo brasileiro e hoje, como assessora de investimentos, eu represento a vida financeira dos meus clientes.
Ambas as profissões exigem muita responsabilidade e seriedade. Por isso levo a organização e a disciplina da vida de atleta para a minha vida de assessora de investimentos.
O mercado financeiro é bem volátil e também existe uma grande responsabilidade em estar lidando com o dinheiro dos meus clientes.
Acredito também que a inteligência emocional para lidar com a pressão dos tatames me ajudou a lidar de maneira mais fácil com a responsabilidade de gerir a vida financeira das pessoas.
Mariana, como foi a transição do ambiente competitivo dos tatames para o mundo dos negócios?
Enquanto atleta, começou a entrar um fluxo maior de recurso e eu não sabia o que fazer. Eu fui ao banco fazer uma simulação para a compra de um imóvel, eu não entendia nada de investimentos, e eles me falaram que eu pagaria 3 vezes o valor do imóvel em 35 anos, fiquei super assustada. Em 35 anos eu tinha certeza que não seria mais atleta e não sabia nem se estaria viva.
Fiz uma conta de padaria e eu vi que não valia a pena, desisti e saí do banco muito desanimada. Foi nessa mesma época que um ex-atleta olímpico que tinha ingressado no mercado financeiro me abordou logo quando eu precisava saber o que fazer com o meu dinheiro.
Como eu venho de uma família humilde, eu já tinha esse pensamento de guardar dinheiro para o futuro, mas eu não sabia como multiplicar. Então quando o ex-atleta me abordou, eu comecei a investir o dinheiro e no final da carreira eu consegui fazer uma transição de carreira mais tranquila.
Quando eu pensei na minha transição de carreira, me senti muito impactada com essa questão do mercado financeiro, da importância da decisão que eu tive de investir o meu dinheiro sabendo que a carreira de atleta é bem curta, muitos atletas não pensavam nisso, se deslumbravam, e gastavam tudo.
Isso virou meu propósito de vida, cuidar do patrimônio de outros atletas para que eles possam fazer uma transição de carreira com tranquilidade.
Eu já era formada em Administração de Empresas e tirei a certificação CEA (Certificado Ambima de Especialistas em Investimentos). Por coincidência, o COB tem um curso de transição de carreira especificamente para atletas olímpicos e tive a oportunidade de conhecer um assessor da XP para falar sobre o mercado financeiro.
Assim, ele me apresentou para o programa XP Future, que capacita profissionais com perfil comercial para se tornarem assessores de investimento. Hoje atendo clientes aqui em Campinas e região e também posso atender clientes do Brasil inteiro e me sinto muito realizada.
Que conselho você daria para alguém que está pensando em fazer uma transição de carreira significativa?
O meu maior desafio é que eu não entendia nada de investimentos, e quando recebi o conselho de tirar a certificação CEA, eu prestei a prova pela primeira vez e não passei. Porém eu encarei isso como um desafio, comecei a estudar mais horas por dia. Na segunda vez que eu prestei a prova eu passei.
A minha mudança de carreira não foi premeditada ou um sonho, eu só sabia o que não queria fazer, que era ser técnica. Então o meu conselho é ter clareza das coisas que a pessoa gosta e aquilo que ela não gosta.
Além disso, escolher uma área que te dê um propósito na vida. Utilizando o meu exemplo, poder agregar na vida financeira dos atletas é algo que não tem preço pra mim. Falando especificamente sobre a área do mercado financeiro, meu conselho é estudar muito e ir atrás de tirar uma certificação ou buscar com toda a sua energia aquilo que almeja e o mais Papai do céu guia em tudo.