O dólar comercial fechou a sessão desta segunda-feira (19), com baixa forte de 0,99%, cotado a R$ 5,41. Frente ao real, a moeda norte-americana seguiu o mesmo rumo que outras divisas no exterior, isto enquanto o mercado espera uma queda de juros nos EUA.
Ao contrário do que se viu no mercado há alguns dias, com o pânico global devido ao receio de recessão na maior economia do mundo, os indicadores dos EUA têm animado os investidores quanto à proximidade do relaxamento da política monetária pelo Fed (Federal Reserve).
O movimento do dólar acompanha a busca de ativos de maior risco nos mercados globais, como ações e moedas de países emergentes.
“A ideia de que os EUA estão desacelerando, mas de maneira suave, com inflação convergindo, cria este cenário muito propício para os mercados. É o famoso ‘soft landing’ (pouco suave)”, disse o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.
A expectativa segue sobre o resultado do PMI dos EUA, que será divulgado esta semana. Além disso, o simpósio do Fed, o Jackson Hole, terá o discurso do presidente da instituição, entre outras figuras importantes, que o mercado observará entre os dias 22 e 24 de agosto.
“Na semana passada os dados mostraram que a inflação do país está em queda e por isso pode ter maior chance de queda dos juros por lá. Se o Fed reduzir mesmo os juros, o dólar fica menos atraente olhando para os rendimentos dos Treasuries que também ficam menores”, afirmou Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.
Dólar sofre derrota na semana com recuperação de mercados globais
O dólar enfrentou um mar de negatividade nesta semana de agosto. A moeda encerrou o período com queda acumulada de 0,87% contra o real. Os dados econômicos ajudaram a costurar esse cenário.
Nos EUA, o alívio com os temores de que a economia do país corria risco de entrar em recessão, bem como o desmonte das operações de carry trade com o iene japonês, empurraram os mercados globais a um patamar positivo.
Mas essa perspectiva não foi a única a influenciar o dólar. Os dados da inflação ao produtor nos EUA também exerceram grande força sobre o câmbio. O CPI cresceu 0,2% em julho e 2,9% em 12 meses, o que foi em linha com o esperado pelos especialistas.
“Os dados mantêm os integrantes do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) em modo de espera, pois não resolvem o impasse sobre um corte de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual”, disse Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank.
Além disso, ainda no contexto norte-americano, os dados de vendas do varejo e pedidos de auxílio-desemprego também despontaram números positivos. O primeiro indicador cresceu 1% em julho, saindo de uma queda de 0,2% em junho.