O mercado de investimentos alternativos, conhecido como “special sits” no Brasil, registrou um novo crescimento neste ano, com o número de gestoras aumentando de 39 para 45, conforme levantamento da Spectra solicitado pelo Valor.
O montante disponível para investimentos também teve um avanço expressivo, atingindo R$ 13,4 bilhões, em comparação aos R$ 10,3 bilhões de 2023.
O mercado de investimentos alternativos no Brasil experimentou um crescimento significativo nos últimos anos. Em 2015, havia apenas cinco gestoras especializadas neste segmento.
Embora essas gestoras sejam geralmente associadas a transações com empresas em dificuldades financeiras, a categoria de investimentos alternativos que elas representam abrange uma gama mais ampla de ativos.
Além de investimentos em empresas problemáticas, o setor inclui, por exemplo, financiamento de litígios, aquisição de direitos hereditários e créditos judiciais, bem como estruturas mais complexas para a cessão de crédito.
Juros elevados
Esse contexto não só atraiu novas gestoras para o mercado, mas também levou instituições estabelecidas a expandir suas operações para explorar esse segmento.
“Modo sobrevivência”: gestoras buscam sair do sufoco
As gestoras independentes enfrentam uma pressão crescente. Nos últimos dois anos, a indústria de fundos de investimento sofreu uma redução superior a R$ 250 bilhões. Os resgates de cotistas comprometem as estratégias de longo prazo e colocam essas gestoras em uma situação delicada, colocando sua sobrevivência em risco.
O mercado de gestoras no Brasil é imenso, com 976 instituições registradas, conforme os dados mais recentes de janeiro deste ano da Anbima. Isso representa um crescimento de 55% em relação a 2018, quando o amadurecimento das plataformas de investimento deu origem a muitas novas gestoras independentes.
Esse movimento, entretanto, não foi capaz de desconcentrar a riqueza. Hoje, as 50 maiores gestoras do País são responsáveis por gerir 83% de toda a indústria de fundo, de R$ 8,2 trilhões.
Essa concentração diz muito sobre a dificuldade de se montar uma gestora e de captar recursos. Apenas 35% da indústria têm acima de R$ 1 bilhão sob gestão. Esse número é considerado pelo mercado uma quebra de barreira para custear a operação, levando em consideração uma taxa de administração média de 2% e descontando impostos e custos de distribuição.