A ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), o Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos EUA, foi divulgada nesta quarta-feira (21). Na perspectiva de analistas, o documento ainda não afetou a bolsa brasileira e, especialmente, o Ibovespa — principal índice da Bolsa brasileira—, que já vinha registrando altas recordes.
A ata do Fomc trouxe as perspectivas dos membros do Fed, que se mostraram muito inclinados a iniciar o corte de juros nos EUA já na próxima reunião. Contudo, condicionaram o movimento a dados econômicos do país, esperando que venham “em linha com as projeções”.
Para Fabio Louzada, economista e planejador financeiro CFP®️, a “ata não mexeu com o Ibovespa, que já vinha em alta, e também não trouxe nenhuma novidade que mexesse ou alterasse os ânimos do mercado”.
De fato, o mercado já aguardava um corte de juros nos EUA, visto que o país apresenta uma certa melhora na atividade econômica. A única questão para o mercado seria a intensidade desse corte — de acordo com a ata, o Fed está inclinado para um corte de 0,25 pbs (pontos-base).
Em complemento, Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, pontuou que “os dirigentes reforçaram a mensagem dovish, a qual posiciona a instituição para um possível corte de juros na próxima reunião (18/Set/2024)”.
“A postura foi baseada nos recentes progressos da inflação e no aumento da taxa de desemprego”, acrescentou.
Simpósio do Fed deve trazer mais pistas que a ata do Fomc, diz especialista
O especialista Jefferson Laatus também acrescentou que as atenções do mercado devem se voltar, nesta semana, para o Simpósio de Jackson Hole. O presidente do Fed, Jerome Powell, irá discursar na próxima sexta-feira (23) durante o evento.
Além disso, Laatus acrescentou que Powell terá “em mãos o relatório de benchmark do US Bureau of Labor Statistics, que reportou decréscimo de -818K em vagas criadas nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024 (Payroll)”.
“O mercado irá buscar mais sinais acerca de como o Fomc interpretou tais dados, principalmente para afastar a narrativa de recessão e entender quais serão os próximos passos”, disse ele.