Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do BC (Banco Central), disse nesta quinta-feira (22) que vê projeções elevadas da inflação e mais riscos, o que leva o BC a um “cenário mais desafiador” com a política monetária.
Para ele, ainda há muita incerteza externa e doméstica. O executivo afirmou que a diretoria do BC está atuando de forma coesa e mostrou compromisso evidente com a meta estipulada para a inflação.
Guillen ainda apontou, durante sua participação em evento da PUC-Rio, que a autarquia escolheu não dar uma orientação futura para a Selic (taxa básica de juros).
“Como a gente está vendo o cenário, eu sigo vendo assim, projeções mais elevadas e com mais riscos, levando a um cenário mais desafiador para o Comitê, vai ser importante ir acompanhando os dados”, disse o executivo do BC.
“Nos mantemos em um cenário de muita incerteza, ele vem tanto do externo quanto do doméstico”, prosseguiu.
Guillen reforçou as explicações recentes do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, de que “há um pouco de excesso” na tentativa de transformar o balanço de risco da autarquia para a inflação em um “guidance”.
Galípolo: ‘função do BC é ser o chato na festa’
Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC (Banco Central), disse a empresários que é um equívoco tentar antecipar os próximos passos da autarquia baseado em apenas uma variável.
“O Banco Central vai estar sempre na posição de não tomar risco. Do ponto de vista das variáveis, seria um equívoco tentar antecipar a decisão que o BC vai tomar olhando apenas uma variável. Temos uma série de dados que precisam ser analisados”, afirmou o diretor, durante o evento Conexão Empresarial, realizado em Belo Horizonte.
Galípolo é creditado como o provável indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para assumir a presidência do BC a partir do ano que vem.