Rodrigo Abbud, sócio do Patria, afirmou que a aceleração do e-commerce durante a pandemia de Covid-19, levou o mercado logístico de FIIs (Fundos de Investimento Imobiliários) à necessidade de se preparar para as altas demandas, o que ajudou a amadurecer o setor.
Anteriormente não havia investimento na propriedade e na tecnologia dos galpões logísticos dos FIIS, e a aceleração causada na pandemia forçou as varejista na preparação dos galpões de logística para acelerar as entregas, o que aumentou a demanda por galpões pelo Brasil inteiro, explicou Abbud.
“A pandemia trouxe uma questão de como ficaria o comércio com a aceleração do online. A expectativa era que o online acelerasse a demanda, vejo com bons olhos o impacto da demanda e da digitalização”, disse Abbud, durante a Expert XP, nesta sexta-feira (30).
“Atingimos uma maturidade? Não, apenas começamos. Tem muita coisa para acontecer, é um produto muito interessante [os FIIs], democrático, uma combinação dos amantes do mercado imobiliário com o mercado financeiro”, disse o executivo do Patria.
Os FIIs são a porta de entrada, segundo Abbud, das pessoas físicas que migram da renda fixa para outros investimentos.
Carlos Carraz, sócio e gestor de FIIs na XP AssetManagement, destacou o crescimento da indústria de FIIs, com o avanço de mais de 2,5 milhões e investidores no setor.
“O brasileiro costuma dizer que gosta de investimento em imóveis, é cultural do brasileiro”, afirmou.
O executivo afirmou que o e-commerce não surgiu não pandemia, apenas se fortaleceu durante o fenômeno. “O e-commerce veio para somar, não para substituir, omnichannel veio para somar com a indústria”, afirmou Carraz.
“Os últimos anos têm sido incríveis para o setor, tínhamos uma expectativa boa para 2022, foi melhor do que imaginávamos, 2023 e 2024 seguiram o mesmo rumo”, o que ele associou a uma demanda reprimida por conta da pandemia.
O setor está animado com a performance dos FIIs de shoppings dos próximos meses, por conta da evolução do ambiente dos shoppings, que atrai o público.
Luis Stacchini, gestor Real Estate da Navi Capital, ressaltou que, em sua experiência, o segmento residencial teve a maior evolução no mercado imobiliário nos últimos 30 anos nos EUA.
O executivo destacou o momento anterior à pandemia, quando a taxa básica de juros, tanto no Brasil quanto no exterior, estava mais baixa.
Naquele período, segundo ele, fazia sentido comprar imóveis com os juros baixos, mas junto com o aumento das taxas básicas, os juros de financiamento imobiliário também foram elevedos, o que gerou impactos negativos ao segmento.
Quem são os executivos que debateram o futuro dos FIIS?
Os palestrantes estiveram juntos no painel “O futuro do mercado de FIIs no Brasil”, durante o evento, para tecer suas análises sobre o ecossistema dos investimentos em Fundos de Investimentos Imobiliários no País, considerando as diferentes modalidades dessa classe de aplicações, bem como as discrepâncias para os investimentos comuns.
Rodrigo Abbud, sócio fundador da VBI Real Estate, gestora de investimentos imobiliários, está envolvido com todos os projetos da gestora, por ser parte do comitê de investimentos, desde a criação da empresa em 2006.
O VBI Real Estate foi 100% adquirido pelo Patria em 1º de agosto, após o negócio, Abuud seguiu atuando na empresa como sócio do Patria.
No ramo de mercado imobiliários, o executivo iniciou sua carreira ao juntar-se ao CB Richard Ellis, empresa de consultoria imobiliária, onde aconselhava os incorporadores e investidores do setor o tipo de produto a ser desenvolvido e no processo de comercialização dos seus imóveis.
Luis Stacchini, gestor Real Estate da Navi Capital começou sua carreira como analista de ações, cobrindo o setor imobiliário no Credit Suisse, entre 2012 e 2020.
Pedro Carraz, sócio e gestor de FIIs na XP AssetManagement. Com mais de 13 anos de experiência no mercado imobiliário, Carraz também atuou na BRMalls Participações S/A por 9 anos e meio, antes de chegar à XP Inc.