O ex-diretor do BC e gestor da Ibiúna Investimentos, Rodrigo Azevedo, defendeu uma postura proativa da autarquia em relação à taxa de juros. O comentário foi feito durante o painél “Gigantes do mercado Brasil”, na Expert XP 2024.
“Alguns bancos centrais preferem esperar, outros preferem ser proativos. Tenho uma forte preferência de achar que, neste momento do Brasil, o BC deveria ser proativo. Os nossos modelos sugerem que um ajuste na casa de 1,5 p.p ou pouco mais que isso seria suficiente para atravessar o período de maiores incertezas a frente com maior segurança de que a inflação caminha para a meta”, disse Azevedo.
André Jakurski, da JGP, concordou que a melhor tomada de decisão deve ser a subida dos juros, mas defendeu um ajuste maior. “1 p.p (de aumento da Selic) não vai fazer diferença nem para a economia e nem para a Bolsa”, destacou Jakurski.
Luis Stuhlberger, da Verde Asset, complementou dizendo que a indicação de Gabriel Galípolo à presidência do BC é uma surpresa “mais negativa do que positiva”.
“No campo do Banco Central, olha o PT como governo, com Lula falando durante meses sobre independência do BC e juros mais baixos, é uma surpresa positiva. Embora algumas declarações dele tenham sido um pouco confusas, no final do dia, o comprometimento com a meta de inflação e subida de juros é uma surpresa boa”, pontuou Stuhlberger.
Por outro lado, o gestor da Verde Asset apresentou um olhar pessimista em relação ao fical. “Se do lado do BC temos uma surpresa positiva, do lado do fiscal estamos com surpresa negativas, crescentes e perigosas. Se olhar a tendência da nossa dívida e dos nossos gastos, estão explosivos”, afirmou.
Os três gestores, ao lado de Gustavo Pires, sócio-diretor executivo da XP, discutiram o futuro da gestão de recursos, perspectivas para os mercados e oportunidades que investidores estão enxergando no momento atual.
Expert Xp: Trump seria melhor para bancos e big techs, diz gestor
Durante o painél “Eleições nos EUA: Quais os impactos nos mercados?”, no Expert XP 2024, o sócio e gestor de ações globais no Opportunity, Bruno Waga, disse que a vitória de Donald Trump nos EUA seria melhor para os bancos e big techs.
“Acho que o setor de financials é um setor que poderia ir bem melhor com o governo Trump, bancos, por exemplo, porque será um cenário de menos interferência regulatória. Saiu até que o Jamie Dimon, do JP Morgan, seria parte do governo Trump, que além de ser um gênio, entende muito melhor sobre qual é a função de otimização do setor bancário para a economia e como as regras deveria ser colocadas”, disse Waga.
Em relação às big techs, Bruno disse que era esperado que o governo Biden fosse “muito mais em cima” das empresas, mas foi “bastante sutil”. “De maneira geral, os republicanos influenciam menos na parte de regulação e acho que eles poderiam defender as empresas americanas da regulação europeia”, completou o gestor.