Analistas do Itaú BBA atualizaram o preço-alvo para as ações da Ambev (ABEV3), ajustando a previsão de R$ 14 no final de 2024 para R$ 15 ao final de 2025. Apesar dessa revisão, mantêm a recomendação neutra para os papéis da fabricante de bebidas, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quarta-feira (4).
Os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto destacaram que, embora o valuation da companhia pareça mais atraente e ofereça um desconto em relação às médias históricas, esse desconto ainda não é suficiente para alterar a recomendação.
“Se a Ambev gerenciar efetivamente sua estratégia de alocação de capital estratégia de alocação de capital, priorizando o retorno aos acionistas por meio de dividendos e recompras, poderia haver potencial para uma reavaliação. Por enquanto, continuamos cautelosos e preferimos ver mais desenvolvimentos nessa frente”, reforça o Itaú BBA.
Os analistas acreditam que os desafios no mercado de cerveja no Brasil devem persistir no curto prazo devido à concorrência intensificada da Petrópolis e ao aumento dos tributos. No entanto, a Ambev possui uma vantagem adicional: a diversificação de seu portfólio, que é vista como uma estratégia sólida para o longo prazo.
“Essa estratégia posiciona bem a empresa para captar interesses e preferências dos consumidores ao longo do tempo, o que parece ser um caminho vencedor”.
Ambev (ABEV3): lucro cai 5,6% no 2TRI24, a R$ 2,452 bi
A Ambev (ABEV3) apresentou lucro líquido de R$ 2,452 bilhões no segundo trimestre de 2024, uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período de 2023. No indicador ajustado, o resultado da última linha foi de R$ 2,459 bilhões, com recuo de 8,3%.
De acordo com a Ambev (ABEV3), a queda foi devido, principalmente, a menor dedutibilidade do imposto de renda no Brasil. Esse efeito mais do que compensou o crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado e o melhor resultado financeiro líquido.
O Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 5,811 bilhões no trimestre, alta de 10,2% ante o mesmo período de 2023 no conceito “reportado” e de 15,9% no “orgânico”.
O crescimento foi impulsionado, segundo a Ambev, pelo Brasil, com alta de 23,5% (sendo que na divisão de não alcoólicos a alta foi de 40,1% e de 20,8% na divisão de cerveja); por América Central e Caribe, com alta de 17,9%; e pela “América Latina Sul”, com alta de 7,6%. Por outro lado, pesou contra a queda no Canadá, de 2,2%.