Melhor desempenho desde 2019

Planos de saúde: lucro no setor sobe 180% no 1º semestre

Esse resultado representa o melhor desempenho para o período desde 2019, quando o setor lucrou R$ 7,2 bi

Planos de saúde
Planos de saúde / Divulgação

O setor de planos de saúde registrou um lucro de R$ 5,6 bilhões no primeiro semestre de 2024 (1S24), marcando um aumento de 180% em relação aos R$ 2 bilhões obtidos no mesmo período de 2023, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Esse resultado representa o melhor desempenho para o período desde 2019, quando o setor lucrou R$ 7,2 bilhões, com exceção de 2020, que registrou um lucro de R$ 11,3 bilhões devido à pandemia, conforme informou a ANS.

A receita total do setor superou R$ 170 bilhões no primeiro semestre, com o lucro líquido correspondendo a aproximadamente 3,27% desse montante. Isso significa que, para cada R$ 100 de receita, o setor gerou um lucro de R$ 3,27.

De acordo com a ANS, o primeiro semestre também registrou um desempenho aprimorado tanto para grandes quanto para pequenas operadoras médico-hospitalares.

As operadoras de grande porte lideraram o setor, registrando um aumento de R$ 5 bilhões no lucro líquido no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado.

Conforme indicado pela ANS, o resultado negativo foi impactado por uma operadora específica. Caso essa empresa fosse excluída da análise, o lucro das operadoras de médio porte teria aumentado em R$ 397,5 milhões.

Planos de saúde: reajustes abusivos e rescisões preocupam beneficiários 

Pagamentos de R$ 9.678,03 em planos de saúde. Essa era, até pouco tempo, a realidade mês após mês de Vânia (nome fictício),89, aposentada e cliente do advogado especialista em direito médico Pedro Cotrim.

Enquanto a ANS (Agência Nacional de Saúde) autorizou, em 2023, um reajuste anual nos planos de saúde individuais e familiares de 9,63%, o reajuste aplicado pela operadora sobre o plano de Vânia foi de 24,76%. Em 2022, o órgão autorizou aumento de até 15,50%, mas o reajuste aplicado foi de 19,40%.

Muito antes, em 2014, a agência autorizou um reajuste de 9,65%, mas a taxa aplicada no plano de saúde da aposentada foi de 17,71%. O mesmo em 2015: 16,31% contra 13,55% permitido pela ANS.

Os abusos foram registrados ao longo dos últimos dez anos, totalizando um aumento de 350%. Após decisão judicial, a aposentada passou a pagar R$ 4.796,23 mensais.

O relato não é uma exceção. Conforme levantamento divulgado pelo Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), o setor de planos de saúde atingiu, no ano passado, a liderança no ranking de reclamações de consumidores. Das queixas, 29,7% se referiam aos reajustes, classificados por clientes como “abusivos”.