“Mesmo vindo abaixo do esperado, ainda não bate o martelo para termos um corte de 0,50 agora em setembro”, disse o CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, sobre o payroll.
O payroll, que traz dados sobre a criação de empregos nos EUA, reportou a criação de 142 mil vagas de emprego. O número veio abaixo do esperado, mas a taxa de desemprego ficou em linha com o previsto por analistas, com uma variação de 4,2%.
“Precisávamos ter uma geração abaixo de 95 mil para que isso se firmasse”, declarou o especialista sobre a probabilidade de um corte de 0,50 p.p. (ponto percentual). “Até mesmo porque o Fed tem sempre uma postura cautelosa em todas as decisões que toma e em seus discursos”, acrescentou.
No geral, com o resultado do payroll desta sexta-feira, é possível afirmar que ele reflete o enfraquecimento do mercado de trabalho do país norte-americano. Porém, o declínio não é suficiente para confirmar um corte maior nos juros dos EUA.
“Mesmo quando somado aos dados de seguro-desemprego e JOLTS divulgados anteriormente, que também vieram abaixo”, disse o especialista.
A fala de Eyng foi reforçada por Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. Em sua perspectiva, é provável que o Fed (Federal Reserve), Banco Central dos EUA, adote uma postura mais incisiva em relação ao corte de juros.
“Embora a inflação ainda esteja acima da meta, a fraqueza do mercado de trabalho acaba sendo um sinal de que uma flexibilização monetária mais intensa é necessária”, ponderou Lima.
Após payroll, mercado muda apostas
O que está sendo observado é que, após os dados do relatório de empregos do serem divulgados, os mercados começaram a mudar suas apostas em relação ao corte de juros nos EUA.
Segundo Sidney Lima, após o relatório, o mercado agora acredita que a probabilidade de um corte de 0,50 p.p. é muito maior.