Reestruturação

CVC (CVCBR3): ações sobem com alongamento de dívidas no radar

O acordo estabelece uma amortização extraordinária obrigatória de cerca de R$ 160 milhões

CVC
Foto: Divulgação

As ações da CVC (CVCBR3) operam em alta na manhã desta quinta-feira (12), após notícia de que a empresa concluiu o acordo para o alongamento de dívidas. Por volta das 11h (horário de Brasília), os papéis avançavam 2,68%, cotados a R$ 1,92.

O acordo foi firmado com os representantes que detêm mais de 75% das debêntures da quarta emissão em circulação e com a totalidade dos detentores das debêntures da quinta emissão, conforme informações fornecidas pela empresa.

“O reperfilamento tem o potencial de otimizar a estrutura de capital e a gestão do caixa da companhia, representando um importante passo no fortalecimento operacional e financeiro da CVC Corp”, disse a companhia.

O acordo estabelece uma amortização extraordinária obrigatória de cerca de R$ 160 milhões, que será dividida proporcionalmente entre as duas emissões. Esta medida resultará em uma redução imediata da dívida bruta da empresa.

O novo acordo também estipula a extensão do prazo para quatro anos, até outubro de 2028. A amortização do principal será feita em cinco parcelas semestrais, iguais e consecutivas, começando em outubro de 2026. Além disso, o acordo prevê um período de carência de dois anos para o pagamento do principal.

CVC também terá a opção de resgatar integralmente ou realizar amortizações extraordinárias das debêntures a partir de março de 2025, conforme critérios específicos estabelecidos no contrato.

O Itaú BBA avalia a operação como positiva e previu uma reação positiva do mercado, uma vez que os investidores esperavam pela reestruturação, que era um pilar fundamental da tese de investimento, há muito tempo, dadas as preocupações de curto prazo em relação à amortização do principal em relação à posição de caixa da empresa.

Embora veja a redução dos custos da dívida de forma positiva, o BBA acredita que o principal destaque do anúncio é a extensão do cronograma de amortização do principal, que agora começa apenas no segundo semestre de 2026.

O BBA tem recomendação equivalente à compra para CVCB3, com preço-alvo de R$ 5,10.

Novo acordo altera taxas e garantias das debêntures da CVC (CVCB3)

O acordo introduz novas condições para os juros remuneratórios e o método de pagamento, reduzindo a taxa de “CDI + 5,50%” para “CDI + 4,85%” durante a amortização extraordinária obrigatória. 

Além disso, a taxa será automaticamente ajustada para “CDI + 4,50%” quando a empresa atingir o rating mínimo de “BBB-” (ou equivalente).

Os juros remuneratórios deverão ser pagos semestralmente, com o primeiro pagamento previsto para abril de 2025.

Além disso, o acordo modifica as garantias reais, liberando a garantia atual de recebíveis de cartões de crédito, no valor de R$ 93,3 milhões, e substituindo-a por boletos da mesa de crédito CVC. 

Essa nova garantia será o menor valor entre 18,2% do saldo das debêntures após o reperfilamento e R$ 100 milhões.

Para que o reperfilamento seja efetivado, é necessário que os debenturistas concordem com os documentos finais e que o plano seja aprovado em suas respectivas assembleias gerais, além de receber as devidas aprovações societárias da empresa.