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Brasil: crescimento do País destoa em meio à desacelação da América Latina

De acordo com a diretora-gerente de Títulos Soberanos da Fitch Ratings, o Brasil se destaca entre os países emergentes

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Foto: Confiança Indústria / Pexels

A Fitch Ratings projeta uma desaceleração no crescimento econômico da América Latina para aproximadamente 1,7% em 2024. No entanto, o Brasil deverá continuar a apresentar um desempenho robusto, com uma previsão de crescimento de 2,8% para este ano.

De acordo com Shelly Shetty, diretora-gerente de Títulos Soberanos da Fitch Ratings, o Brasil se destaca entre os países emergentes.

“O rating do Brasil é exceção quando vimos certas reformas tomando forma na região”, complementou Shetty. Ela também afirma que as economias na América Latina ainda têm sido impactadas por políticas monetárias contracionistas.

No âmbito fiscal, os desafios persistem na região, à medida que os países buscam estimular suas economias. No entanto, Shelly Shetty destacou que o impulso fiscal na América Latina tem sido mais moderado este ano devido aos elevados níveis de endividamento na região. “Os maiores países da América Latina terão aumento de dívida/PIB”, estimou.

De acordo com Shetty, a consolidação fiscal e a estabilização da dívida poderiam levar a uma melhoria no rating do Brasil. No entanto, a diretora ressaltou que o déficit fiscal continua elevado, o que gera incertezas e desafios para a economia.

Shetty também mencionou que houve “algumas decepções” nas iniciativas do governo para aumentar a arrecadação, enquanto os gastos do país continuam a subir, exacerbando as incertezas fiscais. Embora a economia esteja crescendo cerca de 3%, ainda há debates em torno da “linha de base fiscal”, acrescentou.

Brasil terá dilema com mercado no próximo Copom, diz Bradesco BBI  

Brasil está diante de um dilema significativo para atrair investimentos em setembro, de acordo com o Bradesco BBI. Isso ocorre em meio à expectativa do início iminente de um ciclo de redução de juros pelo Federal Reserve (Fed), previsto para a reunião do próximo dia 18, conforme indicado pelos dados recentes do relatório de emprego (payroll).

Ao mesmo tempo, o Copom (Comitê de Política Monetária) brasileiro opera em um cenário macroeconômico que favorece o aumento das taxas de juros.

“Ou o país aumenta as taxas e se torna um outlier (fora da curva) global ou não aumenta e agrava a crise de confiança”, avalia o banco. 

Um início “impactante” no ciclo de cortes de taxas pelo Fed pode impulsionar uma possível rotação dupla favorável nos mercados internacionais.

No entanto, os estrategistas do banco destacam que o Brasil pode observar outros mercados emergentes aproveitando os benefícios, enquanto o país é pressionado a aumentar suas taxas de juros. Isso ocorre enquanto investidores estrangeiros redirecionam seus recursos para outras nações.