Considerando dados com ajuste sazonal, a economia brasileira encolheu 0,1% em julho ante junho, sendo o pior desempenho mensal desde outubro do ano passado (-0,6%), conforme o Monitor do PIB da FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Claudio Considera, responsável pelo índice, afirmou que o resultado reflete uma “acomodação” após a base elevada de junho, e não que a atividade despencou.
A atividade econômica do Brasil, na visão do economista, apresenta potencial para atingir alta em torno de 3,2%, em 2024, seguindo as mais recentes projeções do governo — uma projeção “otimista, mas não inalcançável”.
O Monitor do PIB apontou também que a economia cresceu em todas as outras comparações, acrescentou o economista, segundo o “Valor”.
A elevação chegou a 5,4% na comparação com julho de 2023, a maior nesse tipo de comparação desde março de 2023 (5,6%).
Já no trimestre móvel, período encerrado em julho, o Monitor do PIB registrou uma alta de 3,4% ante igual trimestre em 2023, o melhor desempenho desde junho de 2023 (3,5%).
Para o cálculo do Monitor do PIB a FGV prioriza a análise desagregada dos componentes da demanda com base na série trimestral interanual.
A instituição vê que essa abordagem tem menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, o que permite qjue a trajetória dos compenentes seja melhor compreendida.
“2024 terá o maior PIB per capita desde sempre”, aponta responsável pelo Monitor do PIB
Considera também levantou o ponto de que, na evolução trimestral, a economia apresenta bons sinais tanto na ótica da demanda quanto na de oferta.
Enquanto isso, a linha da demanda, o consumo das famílias subiu 4,5% no trimestre finalizado em julho, ante mesmo trimestre em 2023.
Nos serviços, que representam quase 70% do PIB, o Monitor mostrou alta de 3,6% no trimestre encerrado em julho, ante mesmo trimestre no ano passado. Esta se consagrou com a melhor performance desde dezembro de 2022 (4,4%).
Outro ponto destacado por ele foi a continuidade dos investimentos, pois a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) subiu 6% no trimestre encerrado em julho, ante mesmo trimestre no ano passado, melhor desempenho desde novembro de 2021 (7,1%), segundo o economista do FGV/Ibre.
“A taxa de investimento está elevada, está bastante boa”, acrescentou, a citar a parcela de FBCF no total do PIB.
No monitor do PIB, em julho, a taxa atingo os 17,4%, maior que a taxa de investimentos média desde 2015 (16,4%). A prinpal causa para isto foi o ritmo maior de compras de máquinas e equipamentos – que são contabilizados como investimento — completou Considera.
“Creio que o que tivemos em julho foi uma acomodação após uma base muito alta”, comentou o especialista.
Um ponto salientado pelo economista é o fato de que, se a economia crescer acima de 2,5% esse ano, “2024 terá o maior PIB per capita desde sempre”.