Proposta de lei

Lula veta uso de 'dinheiro esquecido' para tapar rombo fiscal

Proposta constava da lei que trata da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia

Presidente Lula (PT) sobre PIB
Presidente Lula (PT / Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a proposta de utilizar os recursos do ‘dinheiro esquecido‘ em contas bancárias e outras instituições financeiras para cobrir o rombo fiscal e auxiliar o governo no cumprimento da meta de déficit zero para o próximo ano.

A proposta estava incluída na lei que aborda a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. Embora a lei tenha sido sancionada hoje pelo presidente, ela foi acompanhada por outros vetos.

O artigo vetado permitiria que os recursos fossem reclamados junto às instituições financeiras até 31 de dezembro de 2027. Na justificativa do veto, o Planalto argumenta que o dispositivo contraria o interesse público ao permitir um prazo tão extenso para a reivindicação dos recursos.

No início deste mês, o Banco Central anunciou que o Sistema de Valores a Receber (SVR) ainda dispunha de R$ 8,5 bilhões disponíveis para resgate pelos brasileiros. Dos R$ 16,2 bilhões disponíveis, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já restituiu R$ 7,6 bilhões a mais de 22 milhões de beneficiários, dos quais 20 milhões são pessoas físicas.

O sistema do Banco Central identificou aproximadamente 45,6 milhões de beneficiários com direito a uma parte dos R$ 8,5 bilhões restantes. Desses, 41,8 milhões são pessoas físicas e pouco mais de 3 milhões são empresas.

Conforme os dados atualizados pelo Banco Central, 63% dos beneficiários têm valores a receber de até R$ 10. Valores entre R$ 10,01 e R$ 100 estão atribuídos a 25% dos “esquecidos”, enquanto montantes entre R$ 100,01 e R$ 1 mil pertencem a 10% dos clientes. Menos de 2% dos beneficiários têm direito a receber mais de R$ 1 mil.

Lula critica falas de Campos Neto sobre reajustes no salário mínimo 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as declarações recentes do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, que associou os efeitos de reajustes de salário mínimo com a inflação.

Lula defendeu o trabalho do governo com a população mais pobre e afirmou que enquanto presidentes de empresas privatizadas ganham altos salários, o governo não poderia reajustar o piso salarial por riscos de impactos à inflação.

“Agora vem o Banco Central e fala que não pode aumentar o salário mínimo e que o pleno emprego pode causar inflação”, disse Lula, durante a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj.