O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (20) com queda de 1,55%, aos 131.065,44 pontos. O dólar comercial subiu 1,78%, a R$ 5,52.
Ainda refletindo a aversão ao risco que dominou o mercado, o Ibovespa seguiu sendo pressionado para baixo e voltou a um patamar que não atingia há mais de 1 mês. Esta também se consagrou como a maior queda diária do índice desde junho, quando recuou 1,73%. A preocupação dos investidores internacionais está focada na política monetária, ao passo que, no Brasil, o risco fiscal também chama atenção.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, avançou 0,13%, a US$ 101,74.
No cenário global da política monetária, o BoJ (Banco do Japão) decidiu manter sua taxa de juros inalterada, em 0,25%. Enquanto isso, o PBoC (Banco do Povo da China), também manteve suas duas principais taxas de juros no mesmo nível da decisão anterior, em 3,35% e 3,85%.
Na avaliação de Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, o tópico preocupa os investidores, ao passo que, no Brasil, espera-se que o BC (Banco Central) siga subindo a Selic (taxa básica de juros) este ano.
“Além disso, as dúvidas em relação às contas públicas em 2025 intensificam o clima defensivo”, disse o analista.
O Relatório Bimestral do governo deve ser encaminhado ao Congresso e divulgado publicamente ainda nesta sexta-feira (20). O mercado observará a postura do governo em perseguir a meta de resultado primário estipulada para este ano e o próximo.
O Ibovespa também seguiu o caminho ditado pelas Bolsas dos EUA, que realizaram os lucros após as fortes altas na sessão da véspera, pelo ânimo com a redução dos juros pelo Fed (Federal Reserve).
Ainda no quadro norte-americano, os Treasuries – títulos do Tesouro dos EUA – avançaram, o que pressionou os juros futuros brasileiros e elevou o dólar.
Como consequência, ações mais sensíveis ao ciclo econômico, incluindo aquelas ligadas a commodities, foram penalizadas, mesmo com a estabilidade dos preços do petróleo e do minério de ferro.
O setor de commodities também sofreu com o acirramento do conflito no Oriente Médio, após explosões de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, movimento aliado do Hamas, no Líbano. O chefe do movimento culpa Israel pelo ataque.
Diante disso, os preços internacionais do petróleo caíram 0,04% (WTI) e 0,52% (Brent).
A Raizen (RAIZ4) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 1,63%. Logo atrás, Embraer (EMBR3) e TIM (TIMS3) registraram altas de 1,60% e 1,30%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Magalu (MGLU3) liderou as perdas, caindo 7,26%. Em seguida, vieram CVC (CVCB3) e Eztec (EZTC3), com perdas de 6,97% e 6,85%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e mineradoras desvalorizam forte
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) equilibraram em 0,00 e recuaram 0,08%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,43%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,48%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 2,17%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 5,62%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 1,20% e 1,36%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 2,06% e 2,15%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 7,26%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 6,90%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 6,76%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta sexta-feira (20). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,49%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,51%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,45%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,19% e 0,36%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,05%.