Abertura de mercado

Ibovespa abre em queda após Focus cauteloso; dólar sobe

Investidores também aguardam a apresentação do relatório fiscal bimestral do governo, divulgado na semana passada, e dados dos EUA

Ibovespa
Foto: Freepik

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, iniciou o pregão desta segunda-feira (23) em leve queda, com o mercado digerindo as projeções mais cautelosas do Boletim Focus. Investidores também aguardam dados dos EUA e apresentação do relatório fiscal bimestral do governo.

Por volta das 10h10 (horário de Brasília) o índice apresentava recuo de 0,46%, aos 130.461,64 pontos.

dólar comercial, por sua vez, seguia uma performance no sentido contrário, com uma alta de 0,60%, cotado a R$ 5,5540.

Boletim Focus

Os investidores repercutem as projeções mais cautelosas do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (23).

Mesmo após a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) da semana passada, que elevou a Selic em 0,25 p.p, para 10,75%, as previsões são de uma inflação maior neste ano e no próximo.

Agora, as estimativas apontam uma inflação de 4,37%, ante a projeção de 4,35% na semana passada e a meta de 3% estabelecida pelo governo. Para 2025, a taxa cresceu de 3,95% para 3,97%.

Política fiscal segue no radar do Ibovespa

Após envio ao Congresso na sexta-feira (20), o relatório bimestral de receitas e despesas continua no radar do Ibovespa nesta segunda (23). Isso porque representantes da Secretaria de Orçamento Federal, do Tesouro e da Receita Federal estarão presentes em coletiva de imprensa sobre o documento.

De acordo com nota do Planejamento, o relatório apontou uma necessidade de ampliar em R$ 2,1 bilhões o bloqueio de verbas com o objetivo de cumprir o limite de gastos deste ano.

Ou seja, a contenção total de verbas de ministérios para respeitar regras fiscais será reduzida de R$ 15 bilhões para R$ 13,3 bilhões, com ganhos de arrecadação compensando uma alta de gastos obrigatórios.

Por outro lado, após uma elevação de receitas, de acordo com nota do Planejamento, serão liberados R$ 3,8 bilhões que estavam contingenciados até o momento para garantir o cumprimento da meta fiscal.

A pasta informou que, segundo as projeções da equipe econômica, o governo central fechará 2024 com déficit primário de R$ 28,3 bilhões, R$ 400 milhões de margem em relação ao limite inferior da meta de déficit zero.

O arcabouço fiscal dá uma tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos em relação à meta, o que significa que o governo tem uma margem de R$ 28,8 bilhões para que o alvo seja considerado alcançado.

EUA

O mercado também estará atento aos discursos de dirigentes do Fed (Federal Reserve) ao longo da semana. Nesta segunda (23), falam Bostic e Kashkari, membros do Fomc, e Goolsbee, membro do Fed. Na semana passada, a autoridade monetária dos EUA cortou os juros em 0,50 p.p.

Dados do PMI (Índice gerente de compras) de Serviços e da Indústria dos EUA também movimentam as expectativas de investidores.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,01%

S&P 500 Futuro: +0,09%

Nasdaq Futuro: +0,16%