Campos Neto diz que Pix poderá realizar funções de cartão de crédito

“Se eu puder bloquear pagamentos reversos na plataforma, posso imitar a função dos cartões de crédito no Pix", disse Campos Neto

As evoluções programadas para o Pix permitirão que, eventualmente, a forma de pagamento instantâneo realize funções similares às de cartões de crédito, a um custo mais baixo. A afirmativa foi feita por Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central).

“Se eu puder bloquear pagamentos reversos na plataforma, posso imitar a função dos cartões de crédito no Pix, então não precisaremos mais de cartões de crédito tradicionais, e acho que isso é uma grande vantagem para as pessoas”, disse Campos Neto, de acordo com o “InfoMoney”.

Em evento virtual promovido pela Universidade de Princeton, Campos Neto declarou que o BC trabalha na evolução das tecnologias do Pix e destacou que “eventualmente vamos chegar lá”.

O presidente do BC afirmou que o Pix por aproximação deve entrar em operação nos próximos meses.

Campos Neto: ‘Brasil é um dos poucos emergentes com alta nos juros’

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, destacou, em evento realizado pelo Banco Safra, o Brasil em meio ao cenário atual das políticas monetárias globais, em relação a outros países emergentes. 

De acordo com Campos Neto, o Brasil é um dos poucos países emergentes, ao lado da Rússia, que ainda enfrenta uma precificação de alta de juros, em um contexto em que muitas economias já iniciaram o ciclo de cortes.

“A gente tem, de uma forma geral, uma precificação que acompanha os EUA com alguma diferença entre os países desenvolvidos. E no mundo emergente, infelizmente o Brasil é um dos únicos, junto com a Rússia, que tem uma precificação de alta de juros”, explicou Campos Neto. 

Ele ressaltou que, apesar de o Brasil ter sido o primeiro a iniciar o processo de corte de juros, o mercado ainda enxerga um aquecimento econômico, o que tem influenciado as projeções.

Divergência nas políticas monetárias globais

Campos Neto comentou que, em países desenvolvidos, há variações na condução das políticas monetárias, como visto recentemente no Reino Unido e na Zona do Euro. 

“O Reino Unido decidiu manter as taxas de juros, enquanto a Zona do Euro pretende ser mais cautelosa”, disse ele. No entanto, ele salientou que, em geral, a precificação de juros nesses países segue um alinhamento com os EUA, embora com algumas nuances.

No cenário norte-americano, Campos Neto observou que o mercado antecipou cortes nas taxas de juros, projetando uma série de reduções mais agressivas do que o esperado pelo Federal Reserve.