A Suzano (SUZB3) anunciou na quinta-feira (3) que a produção de celulose em 2024, excluindo o projeto Cerrado, será 4% inferior à sua capacidade produtiva nominal. De acordo com o BTG Pactual, a decisão reafirma o compromisso da Suzano, líder no setor, em manter a disciplina na indústria e otimizar seu ROIC (retorno sobre o capital investido) global, ao optar pela redução de capacidades menos rentáveis.
Segundo o banco, que mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 81 (com potencial de valorização de 47,68%), a ação está ainda mais subvalorizada, sendo negociada próximo aos seus níveis históricos mínimos, com múltiplos de 5x EV/Ebitda para 2025, em comparação com ~7x considerado justo.
“Embora a perspectiva de curto prazo para os preços da celulose seja negativa e uma correção esteja em andamento, notamos que o consenso já leva isso em consideração, com ações precificando em uma curva de celulose perto de US$ 520/t. Mesmo a US$ 550/t de celulose, vemos a Suzano entregando um rendimento de FCFE de 8-10%, o que é bastante impressionante”, veem Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
Em junho, durante o período em que a empresa avaliava uma possível aquisição da International Paper, o banco ressaltou que a Suzano era a ação de celulose mais subvalorizada globalmente.
Segundo o BTG, o caso de investimento deve gradualmente voltar a se basear nos seus fundamentos, após a tentativa de adquirir ativos de alto valor ter sido mal vista pelo mercado.
“Embora esperemos que a reclassificação seja gradual e acreditemos que haverá algum dano de longo prazo ao seu múltiplo devido a preocupações com alocação de capital, a redução de R$ 20 bilhões em ações é claramente excessiva. Agora esperamos que o caso seja impulsionado principalmente pela aceleração do projeto (Cerrado, não precificado), câmbio mais alto e perspectivas de desalavancagem”.
Suzano (SUZB3) completa aquisição de 15% da Lenzing
A Suzano (SUZB3) finalizou a compra de uma participação minoritária de 15% nas ações da Lenzing Aktiengesellschaft, uma empresa austríaca especializada em fibras especiais, anteriormente pertencentes ao Grupo B&C.
A transação foi concluída na última sexta-feira, com a Suzano pagando o preço previamente divulgado de 39,70 euros por ação, totalizando cerca de 230 milhões de euros.
A empresa enfatizou que essa aquisição não terá um impacto significativo em sua alavancagem financeira ou nível de endividamento.
A Lenzing, com uma capacidade de produção anual superior a 1 milhão de toneladas, é uma líder global na fabricação de fibras sustentáveis. Suas fibras são amplamente utilizadas em roupas, têxteis para o lar, produtos de higiene e materiais não tecidos.
Com mais de 1 milhão de toneladas de produção anual, a Lenzing se destaca como líder no setor de fibras sustentáveis.