Estabelecido pela MP (Medida Provisória) 1.262, o adicional do CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) deve arrecadar em torno de R$ 8 bilhões por ano em impostos, quando entrar em estabilidade, informou Daniel Loria, diretor de Programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária.
Apesar da vigência do novo imposto começar a partir de 2025, ele só deve gerar arrecadação somente em 2026, de R$ 3,4 bilhões, por estar em transição, segundo Loria.
Com estimativas conservadoras, a previsão é que o tributo arrecade R$ 7,2 bilhões em 2027 e, para 2028, de R$ 7,8 bilhões.
Claudia Pimentel, a subsecretária de Tributação e Contencioso do Ministério da Fazenda, afirmou que a tributação menor em 2026 se justifica porque o acordo da OCDE diz que o ano fiscal de cada país deve ser considerado.
Em uma categoria especifica, a de grupos multinacionais com países cujo ano fiscal se inicia em julho, por exemplo, o adicional de CSLL devido sobre 2025 – mas que será pago somente em 2026 – não pegará o ano cheio, de acordo com o “Valor”.
Enquanto isso, esse efeito da transição já terá sido solucionado em 2026.
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, declarou que as regras para cobrança do imposto adicional preservam os benefícios da Sudam e da Sudene. As subvenções de investimentos, segundo ele, não serão prejudicadas porque esse tipo de subvenção é permitido pelas regras da OCDE.
“Os incentivos da Sudam e da Sudene podem ser convertidos a essa modalidade de benefício, de crédito financeiro”, disse, segundo o veículo de notícias.
Além disso, Barreirinhas comentou também que os investimentos efetivos das empresas deverão ser considerados como mitigadores de tributação.
Há redução de tributação em favor da empresa que realizam grandes investimentos e também relacionados a folha de pagamento. Na avaliação do secretário, isso preserva as empresas com ativos tangíveis no Brasil.
“Se a empresa está no Brasil e fez grandes investimento é possível que não seja atingida pela medida”, disse ele, por conta do padrão redutor que incentiva quem faz investimento.
Impostos: preocupação dos brasileiros cresce após a ‘taxa das blusinhas’
Uma nova edição da pesquisa “What Worries the World”, conduzida pelo instituto Ipsos, revela que a parcela de brasileiros que considera os impostos um dos principais desafios do país aumentou em oito pontos percentuais.
O tema foi mencionado por 28% dos entrevistados, a maior taxa em cinco anos e entrou para o top 5 das preocupações dos cidadãos pela primeira vez.
O crescimento da percepção negativa sobre os impostos ocorre em meio à taxação sobre importações de plataformas online,a polêmica “taxa das blusinhas”, que entrará em vigor no dia 1º de agosto.
O minsitro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem sido alvo de diversos memes nas redes sociais, justamente por conta dessa percepção de aumento na cobrança de impostos.
“Toda a questão midiática em torno da taxação dos e-commerces chineses, como a famosa ‘taxa das blusinhas’ e os memes do ‘Taxad’, certamente impactaram a percepção das pessoas de que os impostos estão se tornando cada vez mais preocupantes para os brasileiros”, analisou Marcos Calliari, CEO da Ipsos, de acordo com o “O Globo”.
O crime e a violência lideram a lista das maiores preocupações no país, empatado com a pobreza e a desigualdade social, citados por 39% dos entrevistados. Logo depois, com 34%, vem a saúde pública, seguida pela corrupção, em 29%.