Em meados de setembro, a Raízen se juntou a uma lista que não para de crescer: a de empresas que recorrem ao mercado de dívida sustentável para financiar projetos ligados ao meio ambiente.
Estamos falando dos chamados green bonds — títulos de dívida “verde” que, ao contrário das emissões tradicionais, são vinculados a metas ambientais.
A Raízen, por exemplo, captou US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhão) no exterior, com uma demanda quatro vezes maior do que os títulos disponíveis.
O montante será destinado ao reperfilamento de dívidas, ao desenvolvimento de etanol de segunda geração e à redução de emissões de carbono.
E ela não está sozinha. De acordo com um relatório do Banco Central, com dados até junho, 50% das emissões de dívida corporativa em 2024 foram sustentáveis
Até o momento, emissores brasileiros arrecadaram US$ 6,55 bilhões (R$ 35,37 bilhões) com esse tipo de título no exterior. No mercado local, as emissões totalizam mais R$ 2 bilhões.
Embora não seja uma regra fixa, os títulos verdes geralmente oferecem retornos menores do que os convencionais.
Isso acontece porque empresas com metas sérias de sustentabilidade podem emitir títulos a um custo mais baixo, enquanto o investidor “abre mão” de parte do retorno em prol de um investimento de impacto
Segundo a Octante, é comum que um green bond pague até 0,25 ponto percentual a menos do que um título de dívida comum.
Apesar da menor atratividade financeira, o crescente interesse de grandes fundos e investidores institucionais comprometidos com ESG impulsiona o sucesso dessas ofertas.
Ou seja, a grande vantagem é acessar um tipo de dívida que, além de diversificar a carteira de investimentos, tem impacto positivo.
Os especialistas também apontam que as empresas que optam por essa modalidade geralmente já têm uma estratégia ambiental consolidada, o que traz confiança ao mercado.