Em um cenário de economia superaquecida, com expectativas de inflação fora da meta de 3% e uma política fiscal expansionista, economistas indicaram que o BC (Banco Central) precisa deixar mais claro que o ritmo de elevação da Selic (taxa básica de juros) deve acelerar a partir de novembro.
A afirmação foi feita nesta sexta-feira (4) por participantes do primeiro grupo da 97ª reunião trimestral entre economistas de mercado e diretores do BC.
A reunião foi liderada pelos diretores de política econômica da autarquia, Diogo Guillen, de assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos, Paulo Picchetti, e de organização do sistema financeiro e resolução, Renato Dias Gomes, conforme apontou o Valor.
Segundo os participantes, os membros do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC, parecem estar mais interessados em fomentar debates sobre temas locais, reduzindo o foco em assuntos externos.
Na ocasião, houve perguntas sobre as expectativas para a dinâmica do crédito local e também sobre projetos voltados para a área fiscal.
Galípolo: indicado para presidir BC será sabatinado na terça-feira (8)
O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do BC (Banco Central), será sabatinado na terça-feira (8) pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal.
Caso aprovado, Galípolo terá o nome analisado pelo plenário do Senado ainda na terça-feira. A indicação do economista tem como relator na CAE o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT). Ele assumirá a cadeira que é ocupada por Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, cujo mandato se encerra no final deste ano.
Segundo o artigo 52 da Constituição, toda indicação para a diretoria da autarquia passa pelo crivo do Senado, bem como pela sabatina na CAE, que será seguida da votação no plenário.
Galípolo: autonomia do BC não é virar as costas para o governo
O diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse que há uma “certa confusão” no debate sobre autonomia da autoridade monetária e esclareceu que a ideia não está relacionada à ideia de virar as costas para a sociedade e governo.
Durante evento na sede da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Galípolo afirmou que há um longo caminho a se cumprir sobre o esclarecimento da autonomia do BC.
O diretor de política monetária da autarquia também pontuou que é importante haver uma discussão ampla sobre o assunto, com a participação de todas as partes envolvidas, inclusive Executivo, Legislativo e funcionários do BC.