BC

Juros futuros recuam antes de sabatina de Galípolo e IPCA no radar

O bom desempenho do mercado de juros nacionais ocorreu em antecipação à sabatina de Gabriel Galípolo, indicado à presidência do BC

Investimentos em BDRs / Foto: Reprodução/ B3
Investimentos em BDRs / Foto: Reprodução/ B3

Os juros futuros fecharam o pregão desta segunda-feira (7) com queda considerável, de aproximadamente 10 pontos-base (pb), em um dia sem direção definida para o mercado nacional e na contramão dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano), cujas taxas avançaram em meio à expectativa de que o Fed (Federal Reserve) reduza o ritmo de cortes de juros nos próximos meses.

Segundo operadores, o bom desempenho do mercado de juros nacionais ocorreu em antecipação à sabatina de Gabriel Galípolo, indicado à presidência do BC (Banco Central), no Senado, na terça-feira (8).

Além disso, a leitura de setembro do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) também está no radar do mercado, em um momento em que a curva local já está bastante pressionada.

A taxa do contrato DI (Depósito Interfinanceiro) com vencimento em janeiro de 2025 foi a única curva a fechar esta sessão em alta, de 11,075% do ajuste anterior para 11,085%. Já a taxa DI de janeiro de 2026 registrou forte contração, de 12,43% para 12,295%.

Nos EUA, o rendimento da T-note de dois anos encerrou o pregão com queda, de 3,928% para 4,004%, e o da T-note de dez anos, segundo o “Valor”, recuou de 3,962% para 4,033%.

Campos Neto: ‘choque fiscal’ positivo é necessário para reduzir juros

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil precisará de algum programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo se quiser conviver com juros mais baixos.

Campos Neto enfatizou que questionamentos do mercado sobre a trajetória da dívida pública criam dificuldades para o processo de redução de custo dos financiamentos.

Em evento promovido pela Crescera Capital, em São Paulo, Campos Neto disse que optar por juros “artificialmente mais baixos” sem ter uma âncora para as contas públicas equivale a fazer um ajuste via aumento de inflação no médio prazo, voltando a defender harmonia entre as políticas fiscal e monetária.