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Azul (AZUL4): acordo com credores afasta risco de RJ, diz JPMorgan

Segundo o banco, o acordo causa uma diluição de apenas 23% dos minoritários e alivia a situação financeira da empresa

Azul
Foto: Divulgação

O acordo da Azul (AZUL4) com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (“OEMs”), anunciado na segunda-feira (7), limita a diluição dos acionistas e afasta o risco de recuperação judicial (RJ), avaliou o JPMorgan.

Segundo o analista Guilherme Mendes, a substituição de R$ 3 bilhões em dívida por 100 milhões de ações da Azul causa uma diluição de apenas 23% dos minoritários e alivia a situação financeira da empresa.

O banco destaca que a expectativa do mercado era que a diluição ficasse, no máximo, em 25% das ações. Além disso, o acordo elimina os riscos que de recuperação judicial  que pairavam em torno da Azul.

O JP Morgan tem recomendação neutra para Azul, com preço-alvo em R$ 8,50, potencial de alta de 47,8% sobre o fechamento de ontem.

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XP considera esse acordo positivo, uma vez que: (i) implica uma diluição significativamente menor em comparação com o instrumento conversível em ação (21% de diluição, versus cerca de 55% se o instrumento fosse convertido ao preço atual da ação – um haircut, ou diminuição de valor da dívida, implícito de cerca de R$ 1,8 bilhão [85% do valor de mercado da Azul]); e (ii) poderia desencadear iniciativas de financiamento adicionais, como dívida incremental, potencialmente aumentando a liquidez de curto prazo da Azul.

Bradesco BBI lembra que, em maio de 2023, a Azul e os arrendadores de aeronaves concordaram em converter US$ 570 milhões de passivos de leasing em obrigações de capital a R$ 36,00/AZUL4, com tranches trimestrais a serem convertidas do 3T24 ao 4T27.

Desta vez, os arrendadores e OEMs concordaram em renegociar os termos, mas reduziram o preço de conversão para R$ 30,00/AZUL4, aumentando a diluição de 20,5% para 22,3%.

“Esperamos uma forte reação positiva do mercado na terça. pois este acordo com os arrendadores deve facilitar as negociações com outros credores. Os próximos passos para a gestão de passivos da Azul incluem a captação de capital adicional e possivelmente o alongamento dos vencimentos dos títulos. Com base no preço atual das ações de R$ 5,75/AZUL4, a simples conversão de R$ 3 bilhões de passivos de leasing a R$ 30,00/AZUL4 pode impulsionar o preço atual das ações para R$ 11,16/AZUL4“, avaliam os analistas.

O BBI mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para a Azul com preço-alvo de R$ 20,00 para 2025.

JPMorgan aponta que o anúncio está quase em linha com as expectativas, pois uma potencial diluição de capital de 20-25% foi antecipada anteriormente. “Ainda assim, saudamos o anúncio, pois ele remove o overhang (excesso de ações, pressionando os ativos) no curto prazo relacionado a um potencial pedido de Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA), que levou a um desempenho inferior frente o Ibovespa de 17 pontos percentuais (p.p.) desde o final de agosto”, avalia. O banco segue com recomendação neutra em Azul.