Na sessão desta terça-feira (08), os preços do petróleo cederam expressivamente, pressionados pela decepção dos investidores em relação ao pacote de estímulos divulgado pela China no decorrer da madrugada.
O mercado considera que o pacote é mais genérico e não tem o detalhamento das medidas fiscais esperado para acelerar o crescimento.
Com isso, o petróleo e outras commodities recuam, visto que a China é um dos principais importadores mundiais de petróleo.
O contrato do petróleo Brent – referência mundial – para dezembro caiu 3,95% a US$ 77,97, por volta das 14h12, enquanto o WTI – referência americana – para novembro recuava 4,23% a US$ 74,20.
Nem os novos conflitos registrados no Oriente Médio e a força do furacão Milton na Flórida deram suporte aos preços do petróleo hoje.
Dessa forma, os papéis das petrolíferas brasileiras também engataram quedas. As ações ON e PN da Petrobras (PETR3;PETR4) cairam 2,33% e 2,27%, respectivamente.
A Brava Energia (BRAV3) recuou 2,99%, ao passo que a Prio (PRIO3) desvalorizou 2,53 e a Petroreconcavo caiu 2,05%.
As mineradoras foram na mesma direção, com a Vale (VALE3) recuando 3,60%, a Gerdau (GGBR4) com baixa de 1,60% e a Usiminas (USIM5) caindo 4,46%. Além dessas, as ações da CSN Mineração (CMIN3), CSN (CSNA3) e Gerdau Met (GOAU4) recuaram 3,82%, 4,94% e 1,83%, em sequência.
Petróleo derruba performance de papéis do setor no 3TRI24
As ações do setor de petróleo decepcionaram a Bolsa brasileira no decorrer do terceiro trimestre deste ano. Com todas as principais ações desvalorizadas no período, especialistas consultados pelo BP Money apontaram que os vilões principais desse resultado foram os preços internacionais da commodity.
O setor foi um ponto totalmente vermelho em meio ao quadro verde do Ibovespa, que fechou o trimestre com valorização de 5,69%.
O Itaú BBA, em seu relatório mensal de setembro, assinado por Victor Natal, estrategista de ações para pessoa física, afirmou que o setor “apresentou um fraco desempenho devido, principalmente, à forte desvalorização do petróleo, que caiu aproximadamente 9% no mês”.
Outra combinação de fatores derrubou as ações do setor de petróleo no trimestre passado, sobretudo a junção das incertezas geopolíticas e a redução da demanda global, especialmente em mercados como a China e a Europa, conforme explicou Anderson Santos, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.
“Além disso, os custos operacionais aumentaram, pressionando as margens de lucro, e questões regulatórias em alguns países produtores trouxeram mais desafios para o setor”, disse Santos.