Uma maioria substancial de autoridades do Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA, desejava fazer um corte de 50 pontos base nas taxas de juros na reunião de setembro do Fomc (Comitê de Mercado Aberto), segundo a ata da reunião dos dias 17 a 18 de setembro, divulgada nesta quarta-feira (9).
Do total de 12 membros do Fomc, a maioria formada por 11 deles decidiu pela redução da taxa de referência para uma faixa entre 4,75% e 5%.
Conforme consta na ata, os defensores do corte maior “geralmente observaram que tal recalibração da postura da política monetária começaria a alinhá-la melhor com os indicadores recentes de inflação e do mercado de trabalho”, segundo a “Reuters”.
“Era importante comunicar”, segundo a ata, que a medida “não fosse interpretada como evidência de uma perspectiva econômica menos favorável”.
A observação de alguns membros é de que havia um argumento plausível até para um corte de 25 pontos-base já na reunião anterior, de julho.
Além disso, para eles, durante o período entre as reuniões, os dados forneceram mais evidências de que a inflação estava em um caminho sustentável em direção a 2%, enquanto o mercado de trabalho continuava a esfriar.
No quesito das metas de emprego e inflação, o documento indicou ainda que quase todos os integrantes do Fomc consideraram na reunião de setembro que os riscos estavam aproximadamente equilibrados. E todos os participantes concordaram que era adequado começar um ciclo de queda nas taxas
Ata do Fomc: membros acreditam que corte maior daria força à economia e ao mercado de trabalho
Na ata também consta que foi enfatizado pelos membros do Fomc, aqueles que defendem um corte mais alto, que tal medida ajudaria a sustentar a força da economia e do mercado de trabalho, continuando a promover o progresso da inflação, e refletiria o equilíbrio de riscos, de acordo com o veículo de notícias.
Um corte de 25 pontos-base estaria alinhado com um caminho gradual de normalização da política, esta que permitiria aos formuladores de políticas tempo para avaliar o grau de restrição da política à medida que a economia evolui, segundo a observação de vários participantes.
Um corte no nível em que foi feito poderia sinalizar um caminho mais previsível de normalização da política, comentaram alguns participantes, segundo a ata do Fomc.
Para eles era adequado seguir o processo de redução das participações em títulos do Fed.
Quanto às perspectivas para a política monetária, os membros disseram que, caso os dados ficassem conforme o esperado, com a inflação mostrando recuo sustentável para 2% e a economia perto do emprego máximo, provavelmente seria apropriado adotar uma postura de política mais neutra ao longo do tempo.
“Quase todos os participantes concordaram que os riscos ascendentes para a inflação diminuíram, e a maioria observou que os riscos descendentes para o emprego aumentaram”, consta no documento sobre a gestão de risco que poderiam influenciar as perspectivas para a política monetária.
Em paralelo a isso, a ata do Fomc indicou que os membros do Comitê enfatizaram que reduzir a contenção política muito tarde ou muito pouco poderia arriscar enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego.
“Alguns participantes destacaram, em particular, os custos e os desafios de lidar com esse enfraquecimento, uma vez que ele esteja em pleno andamento”, diz a ata do Fomc.
Ainda assim, no sentido contrário, vários participantes também observaram que estariam arriscando uma estagnação ou reversão do progresso da inflação caso reduzissem a contenção da política muito cedo ou demais.