Os analistas do Bank of America (BofA) se manifestaram sobre as medidas propostas pelo Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA contra o suposto monopólio da Alphabet nos serviços de busca, apontando “alguns aspectos positivos a serem considerados” apesar da ameaça de um possível desmembramento da empresa.
O DOJ apresentou uma extensa lista de ações para mitigar o domínio do Google nas buscas, que inclui o fim de acordos exclusivos com parceiros como Apple e Samsung, a restrição no rastreamento de dados, o compartilhamento forçado de informações, e até mesmo a possibilidade de desinvestir ativos estratégicos, como o Chrome e o Android.
Em nota divulgada na quinta-feira (10), os analistas do BofA comentaram que essa abordagem agressiva já era esperada com base em relatórios anteriores, mas ressaltaram que essa é apenas a fase inicial de um processo judicial prolongado.
BofA vê pontos positivos
A Alphabet manifestou preocupações em relação às amplas exigências do DOJ, argumentando que a proposta ocorre em um momento de crescente competição no setor de buscas, impulsionada principalmente pelas inovações da inteligência artificial (IA).
O BofA destacou que o veredito final não deve ser emitido antes da primeira metade de 2025, com possíveis recursos estendendo o processo até o final de 2026.
Apesar da disputa judicial iminente, o BofA identifica alguns pontos positivos. Em primeiro lugar, os analistas acreditam que o Google mantém uma forte posição no mercado de buscas, observando que os usuários provavelmente continuariam optando pela plataforma mesmo sem os acordos de exclusividade.
“Fazendo um paralelo com o caso da Microsoft, um desmembramento inicial foi recomendado, mas acabou sendo revertido e resultou em um acordo. Antecipamos mais reviravoltas no caso”, disse o banco.
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O Departamento de Justiça dos EUA emitiu, na última terça-feira (8), novas recomendações a respeito das práticas comerciais do Google (GOGL34), com foco em seu serviço de buscas.
As autoridades antitruste sugeriram que a empresa pode enfrentar a possibilidade de uma divisão de setores, visando reduzir o domínio que a gigante tecnológica exerce no mercado e combater o monopólio.
O documento detalha que o Google pode ser forçado a se reorganizar como uma forma de “remédio estrutural”, o que envolveria separar alguns de seus negócios, principalmente na área de publicidade e buscas, caso as investigações provem que suas práticas comerciais prejudicam a concorrência.
Na recomendação, a justiça norte-americana está“considerando medidas comportamentais e estruturais que impediriam o Google de usar produtos como Chrome, Play e Android para favorecer a busca do Google e produtos e recursos relacionados à busca — incluindo novos pontos de acesso e recursos de busca, como inteligência artificial — em relação a concorrentes ou novos entrantes”.