Fernando Haddad (PT), o ministro da Fazenda, afirmou nesta quinta-feira (10) que a taxação de pessoas físicas que recebem mais de R$ 1 milhão por ano é foi um dos cenários que a equipe econômica apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para viabilizar a isenção do IR (Imposto de Renda) de quem ganha até R$ 5 mil.
Durante a campanha eleitoral de 2022, Lula assumiu o compromisso de corrigir a tabela do IR. O valor atual de isenção é de dois salários mínimos (o equivalente a R$ 2.824).
A tributação mínima sobre os milionários teria uma alíquota entre 12% ou 15% da renda, segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”. Em entrevista coletiva com jornalistas, Haddad disse que o projeto ainda está em fase de discussão.
“[A tributação de milionários] É um dos cenários. Mas os parâmetros não estão exatamente de acordo com os exercícios que estão sendo feitos”, afirmou o ministro.
“Nós não estamos com nenhuma pressão sobre esse assunto porque tem alguns critérios que o presidente faz questão que a medida atenda. Ela tem de ser uma reforma neutra do ponto de vista arrecadatório”, explicou Haddad.
“Não pode ter perda de arrecadação e não pode ter ganho de arrecadação, no sentido de buscar, pela reforma do IR, resolver um problema que está sendo resolvido de outra forma, que é déficit herdado do governo anterior”, prosseguiu ele, segundo o “InfoMoney”.
Haddad também indicou que, se houver algum ganho de renda, será para compensar alguma outra medida de desoneração. O ministro destacou que a reforma “é neutra e tem de ter alguma aderência com as boas práticas internacionais”.
“Nós apresentamos o estudo para o presidente. São quatro cenários e, em cada cenário, tem alguns exercícios sobre os parâmetros de cada cenário. O presidente está avaliando cada um desses cenários. Não tem uma proposta fechada ainda”, esclareceu Haddad.
“Assim como na reforma sobre o consumo, nós estamos procurando nos aproximar do que é a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). São esses os critérios que o presidente pediu para observar antes de definir qual será o projeto de lei encaminhado ao Congresso, que é quem vai deliberar”, comentou.
Haddad sobre inflação: ‘juro não faz chover’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta quarta-feira (9) que a alta inflação do mês de setembro “é temporária” e foi fortemente impactada pela seca que assola o Brasil. “Juro não faz chover”, destacado.
A fala de Haddad se refere ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta manhã pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador econômico apresentou alta de 0,44% em setembro, após registrar deflação de 0,02% em agosto.
O chefe da área econômica destacou que o BC (Banco Central) deve ter “cautela” para não tomar uma “decisão equivocada” em função de uma questão climática sazonal.
“Até aqui, a economia vai bem e os preços estão controlados. Estamos com a questão da seca. O dado de hoje do IPCA demonstra, claramente, que os núcleos estão bem comportados, mas a seca está afetando dois preços importantes: a energia e os alimentos. Isso não tem a ver com juros; juros não fazem chover”, disse Haddad, de acordo com o portal R7.
“Isso tem a ver com o choque de oferta, em virtude da seca, o que traz problemas para a inflação”, completou.