Após as declarações de Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento, na terça-feira (16), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reiterou nesta quarta-feira (16) que o ajuste fiscal pelo lado das receitas já chegou ao limite. Agora o foco está na contenção de gastos.
“Não há hipótese de tirar estatais do arcabouço fiscal e o objetivo é que dependam menos do orçamento federal”, garantiu Haddad.
“Algumas estatais dependentes podem deixar de ser dependentes”, declarou. O ministro também acrescentou a escolha dessas empresas públicas ainda está em avaliação.
Uma PEC (Proposta de Emenda Parlamentar) pode vim acompanhando o pacote, de acordo com o ministro.
“Passei a manhã toda refazendo contas [de corte de gastos] com os técnicos da Fazenda”, disse Haddad, segundo o “Valor”.
“O modelo está avançado e com desenho de propostas consistentes para arcabouço ter vida longa, para que não haja incertezas na trajetória das finanças públicas no Brasil”, prosseguiu.
As medidas serão anunciadas pelo governo quando estiverem alinhadas, indicou o mandatário da Fazenda, mas a prioridade é apresentar até o fim deste ano.
Haddad: governo pode rever projeção para PIB mais uma vez
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), indicou que pode haver uma revisão nas previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano. As últimas estimativas indicavam um crescimento de 3,2%, seguindo a projeção do BC (Banco Central).
Haddad assumiu uma postura otimista sobre o potencial do País em superar a marca do PIB.
“Talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB deste ano”, afirmou. “Não tem por que não mirar uma taxa de crescimento no mínimo acima da média mundial. Estivemos muito tempo abaixo”, comentou o ministro em evento do Itaú BBA Macro Vision 2024, nesta segunda-feira (14).
Em paralelo a isso, o FMI (Fundo Monetário Internacional) também tem a mesma previsão para o crescimento econômico na média global deste ano, 3,2%.
Outro destaque sobre o qual Haddad comentou foi sobre o avanço do Brasil e que a inflação deste ano deve ser a menor desde 2022. Segundo ele, mesmo com a inflação podendo atingir o teto da meta – em 4,5% – e o desastre ocorrido pelas chuvas no Rio Grande do Sul, no qual o problema já “está contornado”.
Na visão do mandatário da Fazenda, há condições favoráveis para o crescimento. Além das questões internas sendo “resolvidas”, ele indicou que a parceria com o judiciário no último ano fez “afastar” R$ 1,4 trilhão em riscos fiscais de natureza judicial, segundo a “CNN Brasil”.