Eleições municipais 2024

Em debate inflamado, Nunes e Boulos se acusam de 'extremista' e 'bandido'

As trocas de ofensas acabaram ofuscando até mesmo a discussão sobre o apagão que havia sido o destaque inicial do evento

Foto: Ricardo Nunes e Guilherme Boulos/Reprodução Record
Foto: Ricardo Nunes e Guilherme Boulos/Reprodução Record

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo, intensificaram os ataques pessoais durante o penúltimo debate antes do segundo turno, promovido pela Record e pelo Estadão no último sábado (19). 

As trocas de ofensas acabaram ofuscando até mesmo a discussão sobre o apagão que havia sido o destaque inicial do evento.

Os candidatos aproveitaram para ressaltar incidentes policiais relacionados a seus oponentes.

Nunes mencionou a atuação de Boulos como líder do MTST e sua defesa da cassação do deputado André Janones (Avante-MG), além de trazer à tona um acidente de carro que envolveu Boulos em 2017.

Por sua vez, Boulos fez referências à suposta ligação de Nunes com a máfia das creches, o vínculo de um aliado com o PCC e até um episódio de 1996, quando Nunes disparou um tiro para o alto em frente a uma boate.

Nunes acusou Boulos de ser “favorável à bandidagem”, e o deputado respondeu que “bandido deve estar preso, não participando de debates”.

O prefeito ainda afirmou que seu adversário apoiava a chamada “saidinha” de presos, enquanto Boulos rebateu, vinculando Nunes ao escândalo das creches. Embora Nunes não seja investigado diretamente, ele é relacionado a empresários que estão sob investigação.

Nunes e Boulos intensificam debate sobre segurança e políticas sociais

O prefeito Ricardo Nunes buscou caracterizar Guilherme Boulos como um extremista em questões de segurança e costumes. 

Durante o debate, Nunes reiterou que seu adversário defende o desmantelamento da Polícia Militar e levantou questões polêmicas sobre a legalização de drogas e do aborto. Além disso, tentou colar a imagem de Boulos como invasor de propriedades.

Em resposta, Boulos destacou que é a favor de uma polícia armada, mas lembrou que o vice de Nunes, coronel Mello Araújo (PL), já havia afirmado que a abordagem da PM deve variar dependendo do local de residência, se na periferia ou nos Jardins, um bairro de classe alta.

Boulos também se dirigiu ao público evangélico, mencionando que o presidente Lula (PT) sancionou o Dia da Música Gospel.

Ao longo do debate, os candidatos solicitaram um total de oito direitos de resposta. Nunes fez cinco pedidos, dos quais três foram aceitos, enquanto Boulos pediu três vezes, recebendo duas respostas favoráveis. 

Este foi o segundo confronto entre os dois candidatos no segundo turno, após uma disputa anterior na Band, no dia 14.

Nunes não compareceu a dois debates: o da rádio CBN, no dia 10, e o do UOL/Folha/Rede TV!, realizado na última quinta (17). O próximo encontro será na TV Globo, agendado para a próxima sexta-feira (25), antes da eleição marcada para domingo (27).