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Fundos expostos a Wilson Sons (PORT3) devem sofrer com tombo das ações

A Wilson Sons divulgou uma reestruturação societária que não agradou os investidores, com isso as ações estão em queda

Foto: Wilson Sons / Divulgação
Foto: Wilson Sons / Divulgação

Os fundos de investimentos em ações que vinham se destacando em rentabilidade devem sofrer uma queda na sessão desta segunda-feira (21), por conta da forte desvalorização dos papéis da Wilson Sons (PORT3).

A Wilson Sons divulgou uma reestruturação societária, o que não agradou os investidores. Alguns dos maiores gestores independentes do mercado como Tarpon, Opportunity, 3G Radar e Dynamo, tem exposição ao papel.

A Ocean Wilsons, controladora da empresa, vendeu sua participação à Mediterranean Shipping Company (MSC) por R$ 4,3 bilhões, valor considerado aquém do esperado. Após isso, o preço das ações está enfrentando um tombo superior a 9%.

A performance da Wilson Sons foi o que sustentou o retorno dos fundos, visto que os papéis vinham valorizando 26,8%, no acumulado em 12 meses, segundo o “Valor”. Mas no acumulado de 2024, registra uma ligeira queda de pouco menos de 1%.

A exemplo, o fundo Tarpon GT FIC FIA, que tem 16 mil cotistas, tinha, conforme última informação pública divulgada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), uma exposição de 30% da carteira aos papéis da Wilson Sons.

A rentabilidade desse fundo era de +2,57%, maior que a do Ibovespa (-1,77%), no acumulado desde dezembro – um dos poucos que conseguiu essa marca.

Wilson Sons (PORT3) é comprada pela MSC por R$ 4,352 bilhões

Wilson Sons (PORT3) anunciou, por meio de fato relevante, nesta segunda-feira (21), que recebeu comunicação do seu acionista controlador, OW Overseas (Investments) Limited, informando sobre a celebração de contrato de compra e venda de 248.664.000 ações ordinárias de emissão da companhia, equivalentes a 56,47% do capital social da empresa para MSC, líder mundial em transporte de contêineres.

O valor da operação foi de R$ 17,50, totalizando R$ 4,352 bilhões. Segundo fato relevante, a expectativa é que a operação seja concluída durante o segundo semestre de 2025.

Uma vez concluída a operação, o comprador realizará uma OPA (oferta pública de aquisição) das ações de emissão da Wilson Sons remanescentes, pelo mesmo preço e nas mesmas condições oferecidas ao vendedor.

O vendedor foi assessorado pelo BTG Pactual, Slaughter and May, Pinheiro Guimarães Advogados e Peel Hunt nesta operação.

A operação permite que a Wilson Sons pague aos seus acionistas os dividendos aprovados pelo Conselho de Administração da Wilson Sons em 11 de outubro de 2024, bem como continue pagando dividendos aos seus acionistas em montantes em reais equivalentes a até US$ 22,0 milhões por trimestre durante o período anterior ao fechamento da operação.

O fechamento da operação está sujeito à verificação de condições usuais para operações desta natureza, incluindo, mas não se limitando, à aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ.