O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi eleito “presidente de banco central do ano” pela revista LatinFinance na premiação LatinFinance de “Central Bank Governor of the Year”. Ele se tornou o primeiro a conquistar esse reconhecimento por três anos seguidos.
Esta foi a 1ª vez que um presidente de banco central recebe o prêmio da LatinFinance pelo 3º ano seguido.
“Roberto Campos Neto trouxe credibilidade ao Banco Central durante seus cinco anos no leme; a sua abordagem consistente à política monetária, enquanto isso, também ajudou a injetar vitalidade nos mercados financeiros do Brasil”, diz a revista.
A LatinFinance destacou, em uma publicação nas redes sociais, que o prêmio foi concedido a Campos Neto em reconhecimento à sua gestão.
De acordo com a postagem, o chefe da autarquia se destaca pelo gerenciamento “do processo de desinflação do país, que manteve o crescimento econômico acima das expectativas do mercado”. O texto ainda sinaliza boas expectativas para o futuro: “a inflação ainda representa um desafio — mas ele tem um plano para isso”.
O perfil do Banco Central do Brasil comemorou a premiação com uma publicação adicional, destacando uma declaração de agradecimento de Campos Neto: “Nosso sucesso é resultado de um esforço coletivo, onde cada servidor do Banco Central desempenhou um papel crucial. Esse prêmio é de todos nós. Muito obrigado”.
A LatinFinance é uma entidade privada especializada em inteligência de dados voltada para o setor financeiro. Fundada em 1988 como uma revista em Nova Iorque, a organização atualmente oferece publicações diárias, um portal digital e uma revista quinzenal.
Anualmente, a LatinFinance concede prêmios em três categorias: bancos, negócios e infraestrutura, projetos e finanças.
No ano passado, em 2023, além de Campos Neto, Fernando Haddad também recebeu um prêmio por seu trabalho como ministro da Fazenda.
Após grande legado, vem o fim do mandato de Campos Neto
O presidente do Banco Central, Campos Neto, deixará sua posição em dezembro de 2024, quando completará seu mandato de quatro anos.
A partir de janeiro de 2025, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC, assumirá o cargo, com um mandato que se estenderá até 2028.
Sob a liderança de Campos Neto, o Banco Central ganhou reconhecimento internacional por sua agenda voltada à tecnologia, destacando-se pelo lançamento do Pix em 2020.
Além disso, iniciativas como o open finance e o Drex, a moeda digital do real, representam avanços significativos no sistema financeiro durante sua gestão.
Campos Neto é neto de Roberto Campos, um ex-economista que foi fundamental na criação do Banco Central do Brasil.
Durante seu tempo à frente da instituição, ele lutou pela aprovação da autonomia operacional do BC no Congresso Nacional e atualmente busca a aprovação da PEC 65 de 2023, que visa ampliar ainda mais a autonomia do Banco Central, definindo-o como uma entidade pública e garantindo sua independência financeira. No entanto, essa proposta enfrenta resistência dentro do governo Lula.