Um juiz nos EUA impediu a concretização do negócio de U$ 8,5 bilhões (equivalente a R$ 48,5 bilhões, na cotação atual) entre o grupo de moda de luxo Tapestry e a Capri, que possui marcas de prestígio como Michael Kors e Versace. A decisão foi fundamentada em preocupações relacionadas a uma possível diminuição da concorrência no mercado.
O entendimento de que o acordo representava uma tentativa de formar uma potência global no segmento de moda de luxo, capaz de rivalizar com as grandes marcas europeias, levou um tribunal de Nova York a impedir a fusão.
A ação foi movida pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) no início do ano.
De acordo com os registros judiciais, o tribunal concluiu, após um julgamento que se estendeu por oito dias, que “as empresas envolvidas na fusão são competidoras diretas, e a combinação resultaria em uma diminuição da concorrência no mercado”.
A Tapestry defendeu que a união era essencial para enfrentar a forte concorrência e recuperar a fatia de mercado perdida para marcas europeias, como a Gucci.
Vale destacar que os reguladores do Japão e da União Europeia já haviam aprovado a fusão no início deste ano.
No ano anterior, as duas empresas haviam firmado um acordo permitindo que a Tapestry comprasse a Coach por US$ 57 por ação em dinheiro. Contudo, a Federal Trade Commission, equivalente ao Cade no Brasil, se comprometeu a bloquear essa operação e solicitou uma liminar para impedir a fusão em abril deste ano.
Ação da dona da Versace cai 45% após bloqueio judicial
Após uma juíza federal impedir a fusão de US$ 8,5 bilhões entre a Capri e a Tapestry, as ações da Capri despencaram 45%, enquanto os papéis da Tapestry subiram mais de 14% nas negociações do pós-expediente de quinta-feira (24). No pré-mercado desta sexta-feira (25), as ações da Capri chegaram a uma queda superior a 46%.
A Capri, que possui marcas de prestígio como Versace, Jimmy Choo e Michael Kors, seria comprada pela Tapestry, que é proprietária da Coach, das bolsas Kate Spade e da Stuart Weitzman.