Dólar R$ 6,50 em 2026

Wells Fargo projeta piora para moedas emergentes

O banco norte-americano Wells Fargo espera que o dólar finalize este ano sob o valor de R$ 5,65 ante projeção anterior de R$ 5,40

Wells Fargo /Foto: Unsplash
Wells Fargo /Foto: Unsplash

Um cenário difícil deve se formar para as moedas emergentes nos próximos 2 anos, projetou o banco norte-americano Wells Fargo. Isso por conta da economia robusta e resiliente dos EUA, postura mais cautelosa do Fed (Federal Reserve) em seus cortes de juros, e a performance mais fraca da China.

O banco não mencionou o real na análise, mas elevou sua projeção do câmbio brasileiro, com a estimativa de valor no primeiro trimestre de 2026 saindo de R$ 5,90 para R$ 6,50. 

Anteriormente, em relatório mensal, o Wells Fargo tinha a perspectiva de que o câmbio brasileiro apreciasse até o fim de 2024, findando o ano em R$ 5,40 por dólar. Agora, o banco espera que a moeda norte-americana encerre este ano a R$ 5,65. 

A perspectiva do Wells Fargo para o fim de 2025 é que o dólar chegue a R$ 6,30.

“Vemos o contraste entre a flexibilização mais lenta do Federal Reserve e a flexibilização mais rápida dos bancos centrais estrangeiros do G10 como a força motriz das nossas perspectivas para a força do dólar americano durante grande parte de 2025 e até 2026”, afirmaram os economistas Nick Bennenbroek, Brendan McKenna e Anna Stein, em nota. 

“Acreditamos também que as tendências econômicas desanimadoras e a probabilidade de enfraquecimento do sentimento do mercado financeiro em relação à China deverão dar suporte ao dólar americano ao longo do tempo”, completaram, segundo o “Valor”.

Anteriormente, Wells Fargo esperava que Selic ajudasse o real

A expectativa em setembro era de que o real pudesse ter uma das melhores performances contra o dólar, esperava-se que a alta da Selic (taxa básica de juros) servisse como suporte para a moeda brasileira. 

No entanto, neste mês, a única menção ao Brasil pelo Wells Fargo foi sobre um aumento da evolução dos preços. 

“No Brasil e na Índia, pressões inflacionárias mais fortes deverão agora levar os diretores dos BCs a iniciarem cortes nas taxas mais tarde do que pensávamos anteriormente”, afirmaram.

Os economistas do banco mencionaram que as moedas que mais podem ser afetadas são o: won sul-coreano, o baht tailandês, o rand sul-africano, bem como o peso chileno e o sol peruano. 

“Neste mês, incluímos um maior grau de desvalorização destas moedas nos riscos que cercam a China. Combinadas com Federal Reserve, que está flexibilizando a política monetária de forma menos agressiva, as perspectivas para as moedas dos mercados emergentes a um nível mais amplo são bastante sombrias, na nossa opinião”, consta em relatório do banco segundo o veículo de notícias.