O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aguarda o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para decidir o tamanho do corte nas despesas do governo, bem como quais serão os alvos. A pasta prevê um pacote entre R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões.
Lula e Haddad tiveram uma reunião de duas horas na segunda-feira (28), no Palácio da Alvorada, a fim de discutir as medidas fiscais que serão tomadas. A ideia era que o pacote fosse apresentado ao Congresso após o segundo turno das eleições, portanto, esta semana é considerada chave para a tomada de decisão.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), declarou na segunda-feira (28) que é hora de “ter coragem para cortar gastos ineficazes” e liberar espaço para novas prioridades, como investimentos essenciais.
Na ocasião, a ministra reforçou seu lema de que “não existe social sem fiscal” e afirmou que apenas o investimento público não pode cobrir todas as necessidades do país.
“Os números mostram que o que precisava dar certo, deu. Agora precisamos ter coragem de cortar o que é ineficiente”, destacou Tebet, de acordo com o “Valor”.
Ela também enfatizou a necessidade de revisar políticas públicas. “Erros e fraudes já foram cortados; agora precisamos ter coragem para cortar políticas insuficientes e ineficazes, a fim de investir em áreas como infraestrutura. Como lembrou um importante veículo de comunicação, é necessário dobrar o investimento no país, e para isso, precisamos de parcerias”, completou Tebet.
Corte de gastos: supersalários e seguro-desemprego estão na mira
De acordo com informação da TV Globo e do jornal Folha de S.Paulo, foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo ministério da Fazenda uma proposta para limitar os salários que superam o teto do funcionalismo público (R$ 44 mil) e reduzir o seguro-desemprego.
O projeto de revisão de gastos define quais pagamentos extras, chamados ‘penduricalhos’, que compõem o salário ficariam de fora do teto, restringindo a quantidade de remunerações que atualmente podem ultrapassar muito os R$ 44 mil recebidos por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Quanto ao seguro-desemprego, as mudanças pensadas pela Fazenda incluem o abatimento da multa do FGTS que o trabalhador recebe ao ser demitido, segundo a Folha. Ou seja, quanto maior a multa, menor o valor a ser desembolsado.