O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (29) com baixa de 0,37%, aos 130.729,93 pontos. O dólar comercial subiu 0,92%, a R$ 5,76.
Após operar durante o dia na margem da estabilidade, mais virado para os ganhos, o Ibovespa mudou o rumo e sentiu perdas nessa sessão. Além do mal estar nas ações da Vale (VALE3), Petrobras (PETR3;PETR4) e bancos, o índice também perdeu tração ao passo que o mercado observa o desenrolar do anúncio do próximo pacote de contenção de gastos públicos.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com curta alta de 0,01%, a US$ 104,34.
A notícia veiculada na manhã desta terça-feira foi que o Ministério da Fazenda aguardava o aval do presidente Lula para realizar um corte entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões nas despesas do governo federal.
No período da tarde, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apesar das conversas sobre a contenção de gastos estarem avançando com o presidente, ainda não há data prevista para a divulgação do novo pacote.
No cenário externo, a agenda econômica voltou a agitar o mercado com a divulgação do Jolts dos EUA – número de vagas de emprego abertas – que em setembro caiu para 7,4 milhões.
O resultado ficou aquém da previsão de analistas, que esperavam recuo para 7,9 milhões. O número de agosto foi revisado para 7,9 milhões, ante resultado inicial de 8 milhões.
“O relatório Jolts sinaliza uma desaceleração no mercado de trabalho, aumentando as apostas em estímulos do Fed (Federal Reserve)”, avaliou Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.
Voltando ao mercado doméstico, o radar corporativo acompanhou os números de produção de petróleo da Petrobras no 3º trimestre deste ano, que vieram com queda de 8,2% na comparação anual. Além disso, pesou sobre as ações o fato da commodity ter tido mais uma sessão desvalorizada.
Enquanto isso, a Embraer (EMBR3) seguiu em alta por conta, em parte, da confirmação do contrato com a República Tcheca para a compra de duas aeronaves C390, que reforça a confiança no portfólio de defesa da companhia, disse Almeida.
Entre as quedas, temos a Azul, que corrigiu após uma valorização recente, o que, segundo Almeida, faz sentido considerando o ajuste de expectativas dos investidores.
“A companhia conseguiu um alívio com o recente acordo de financiamento prioritário, levantando até US$ 500 milhões e evitando riscos de reestruturação mais profunda. Mas a alta volatilidade do setor e a necessidade constante de gestão de passivos mantêm os investidores cautelosos”, comentou.
A Minerva (BEEF3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,02%. Logo atrás, Marfrig (MRFG3) e Embraer (EMBR3) registraram altas de 2,98% e 2,41%, respectivamente.
Já na ponta negativa, TIM (TIMS3) liderou as perdas, caindo 4,94%. Em seguida, vieram Azul (AZUL4) e Telefônica (VIVT3), com perdas de 4,58% e 3,62%.
Altas e Baixas do Ibovespa: bancões fecham em queda
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,25% e 0,22%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,10%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,35%. Gerdau (GGBR4) registrou subiu de 1,09%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 3,02%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 1,06% e 0,57%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,45% e 4,02%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,53%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 0,77%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 4,44%.
Índices do exterior fecharam sem direção única
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta terça-feira (29). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,25%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,61%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,58%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,16% e 0,78%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,36%.