Mesmo com as operações brasileiras da Ambev (ABEV3) registrando volumes interessantes no terceiro trimestre de 2024, o mercado externo segue desafiador. Apesar da contração nos volumes vendidos de forma geral, a receita total se manteve forte e cresceu na base anual, à medida que a companhia tenta impulsionar as margens.
Em reação ao balanço trimestral da Ambev (ABEV3), divulgado nesta quinta-feira (31), as ações da empresa caíram 2,01%, sendo negociadas a R$ 12,67, às 14h30 (horário de Brasília).
O lucro líquido da empresa somou R$ 3,579 bilhões no terceiro trimestre, correspondendo a uma queda anual de 11,4%, enquanto a receita líquida da companhia avançou 8,8% na mesma base comparativa, para R$ 22,096 bilhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 7,063 bilhões, um incremento de 7,3% ano a ano.
“Embora os números gerais tenham ficado aproximadamente alinhados com nossas estimativas, observamos que a dinâmica de faturamento moderada na Cerveja Brasil, impulsionada tanto pelos volumes quanto pelos preços, poderia definir o tom para a tese de investimento no curto prazo”, disse o Itaú BBA em relatório, de acordo com o portal Investing.
O resultado foi avaliado como ligeiramente positivo pelo BB Investimentos, que classificou o trimestre como “sem brilho”. “Apesar dos segmentos Brasil e CAC terem reportado números mais fracos do que nossas estimativas em termos de crescimento de volume, vimos surpresas positivas nos segmentos LAS e Canadá, onde esperávamos retrações mais fortes em termos de volume”, disse a casa.
Ambev (ABEV3): ‘Brasil sólido, internacional não’, diz XP
Na prévia do balanço trimestral da Ambev (ABEV3) relacionado ao terceiro trimestre de 2024, analistas da XP aguardam um resultado com solidez nas operações nacionais, mas um “atraso” nas operações internacionais.
Atualmente, a casa tem recomendação neutra para as ações da Ambev (ABEV3), com preço-alvo de R$ 13,90.
“Estimamos que o volume de cerveja no Brasil aumente em +2% na base anual, mantendo níveis sólidos, embora não empolgantes, apesar dos dados fortes de produção de bebidas. A tendência de premiumização deve continuar e beneficiar a receita líquida por hectolitro, que projetamos aumentar em 4,2% ano contra ano, parcialmente compensada pelo aumento da base do imposto de ICMS”, disse a XP, de acordo com o Suno.
“Refletindo a queda nos preços das commodities, projetamos que a margem bruta se expanda em 100 bps. SG&A enfrentará comparações difíceis, enquanto esperamos despesas de marketing mais altas, e, portanto, projetamos que a margem de EBITDA ajustada se expanda em 60 bps para 34,1%, traduzindo-se em EBITDA ajustado de R$ 3,4 bilhões (+8,1% A/A)”, completou.