Pós balanço

Ambev (ABEV3): 3TRI24 foi impactado pelos 'desafios tributários brasileiros'

CEO da Ambev ressaltou que embora o lucro tenha caído, o fluxo de caixa operacional cresceu 2% em relação ao terceiro trimestre de 2023

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Os “já conhecidos desafios tributários brasileiros” foram o que afetou o lucro líquido da Ambev (AMBV3), segundo o diretor-presidente da Ambev, Jean Jereissati. A teleconferência de resultados do 3º trimestre da companhia aconteceu nesta quinta-feira (31).

No comparativo com o 3º trimestre de 2023, o lucro líquido da Ambev caiu 11,2%, para R$ 3,56 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 8,8%, para R$ 22,1 bilhões.

As despesas com imposto de renda somaram R$ 1,1 bilhão no período, número equivalente a uma alíquota efetiva de 24%, de acordo com o diretor financeiro, Lucas Lira.

O cenário foi similar ao do 1º trimestre deste ano, levando em conta as alterações tributárias em relação à dedutibilidade que entraram em vigor no final de 2023. Para este ano a Ambev aguarda a votação da reforma tributária pelo Senado Federal, segundo o “Valor”.

Lira ressaltou que embora o lucro tenha caído, o fluxo de caixa operacional cresceu 2% em relação ao terceiro trimestre de 2023. A geração de caixa desde o início de 2024 ficou “praticamente em linha” com o ano passado, mesmo tendo desembolsado recursos para operar a marca Corona no Canadá. 

Em paralelo a isso, fatores diversos como perdas menores com derivativos em operações de hedge cambial e menos dependência de dólares na Argentina, beneficiaram o resultado financeiro. 

Lira apontou ainda que a companhia obteve decisões favoráveis definitivas estimadas em R$ 2 bilhões. Além disso, há outras decisões favoráveis a Ambev, que somam R$ 2 bilhões, que juntas podem contribuir para o resultado financeiro nos próximos meses.

Ambev (ABEV3) tem queda de 11,2% no lucro do 3TRI24, a R$ 3,56 bi

A Ambev (ABEV3) apresentou lucro líquido de R$ 3,566 bilhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 11,2% na comparação com o mesmo período de 2023.

O Ebitda (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado, por sua vez, foi de R$ 7,063 bilhões, com alta de 7,3% em relação ao apresentado um ano antes no conceito “reportado” e de 8,5% no conceito “orgânico”. A receita líquida ficou em R$ 22,096 bilhões, alta de 8,8% (reportado) e de 4,9% (orgânico).

O volume consolidado diminuiu 0,6%, com 45,062 milhões de hectolitros. Excluindo a Argentina da conta, haveria crescimento de 1,3%. O volume cresceu 1,3% no Brasil, mas caiu 0,5% na América Central e Caribe (CAC).

A empresa apontou que “indústrias difíceis” na Argentina e no Canadá levaram a quedas de volume na América Latina Sul, de 7,7%, e no mercado canadense, de 1,4%.

O desempenho da receita líquida, portanto, segundo a companhia, foi impulsionado pelo crescimento da receita líquida por hectolitro (ROL/hl) de 5,5%.