Mercado

Ibiuna reduz risco em meio a expectativa por eleições dos EUA

Segundo a Ibiuna, o movimento nos mercados após a eleição provavelmente será "amplificado pela ausência de um favorito"

Foto: Divulgação
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A Ibiuna Investimentos reduziu a exposição de risco nas carteiras de sua estratégia macro, em meio às incertezas geradas pela eleição presidencial nos EUA, mantendo posições defensivas nos ativos brasileiros com atenção à questão fiscal. A informação consta na carta de gestão divulgada recentemente.

Kamala, Trump e Haddad. O mês de novembro deve ser marcado por momentos de definição para cenários econômicos no exterior e também no Brasil”, afirmou a equipe de gestão da Ibiuna no documento, de acordo com o “Broadcast”.

O primeiro evento de destaque é a eleição nos EUA, considerando que “as plataformas de [Donald] Trump e Kamala [Harris] têm visões opostas sobre taxação, regulação, imigração e tarifas, entre outros fatores, e seu resultado afetará perspectivas de crescimento, comércio global e inflação nos próximos quatro anos”, comentou a gestora.

Expectativa de movimentos amplificados pós-eleição

Segundo a Ibiuna, o movimento nos mercados após a eleição provavelmente será “amplificado pela ausência de um favorito claro nas pesquisas”.

“Isso torna difícil a alocação de risco em cenários distintos antes do evento, o que levou à redução de posições e à montagem de hedges (proteções) nos mercados americanos no último mês”, acrescentou a carta.

A gestora também destacou que, após o resultado da eleição, a realocação de risco em busca de oportunidades poderá “afetar de maneira relevante a curva de juros, a moeda e as bolsas nos EUA, com impactos globais”.

Outro ponto de atenção para a Ibiuna é o pacote fiscal que será apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na avaliação da gestora, o arcabouço fiscal apresentado não se mostrou suficiente para estabilizar a dívida pública no médio prazo.

“A urgência de uma correção de rumos tornou-se mais relevante diante do forte crescimento econômico, da depreciação cambial acelerada (mesmo com o diferencial de juros), da desancoragem de expectativas e das pressões inflacionárias subjacentes que ameaçam as metas de inflação de 2025 e 2026. Isso levou o Banco Central a iniciar, em setembro, um ciclo de aperto de juros, impactando também a dinâmica da dívida pública”, concluiu a gestora.