Política monetária

Copom eleva Selic em 0,5 p.p. e taxa vai a 11,25% a.a.

Após reunião realizada nesta quarta-feira (6), o Copom anunciou outro aumento na Selic, em um patarmar maior que a elevação de setembro

Foto: CanvaPro
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A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) elevou a Selic (taxa básica de juros) em 0,50 ponto percentual (p.p.). Sendo assim, a taxa chegou ao nível de 11,25% ao ano (a.a.).

A decisão do Copom foi unânime, conforme anúncio feito nesta quarta-feira (6), e já era esperada para alguns especialistas, visto que a inflação brasileira está acima da meta de 3% do BC, ao passo que a economia brasileira segue aquecida. 

A trajetória de alta da Selic iniciou-se em setembro deste ano, na última reunião do Comitê, quando os membros decidiram por um aumento de 0,25 p.p. 

No entanto, por conta do cenário de pressão cambial, com o dólar próximo dos R$ 6, fator que eleva os custos internos e fortalece a inflação, o colegiado decidiu por um caminho ainda mais restritivo com a política monetária. 

O dólar vem em uma curva de elevação há semanas no Brasil, mas disparou em diversos lugares do mundo após a vitória de Donald Trump na corrida à presidência dos EUA nesta quarta-feira.

Em comunicado, o colegiado afirmou que considerou o fato do cenário seguir “marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista”.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirmou o Copom.

Movimento do Copom já era projetado

O Copom reiterou que o ritmo de ajustes futuros na Selic e a magnitude total do ciclo de aperto monetário “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Esse percurso depende de como a dinâmica da inflação deve evoluir, em especial, destacou o colegiado, com componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária.

“O Copom enfrenta um cenário desafiador, com a inflação acima da meta e uma pressão cambial que intensifica os custos internos. O aumento das expectativas inflacionárias e a incerteza fiscal reforçam a necessidade de um ajuste de 0,50 ponto percentual na Selic, que não só visa conter a inflação, mas também reafirmar o compromisso do Banco Central com a estabilidade econômica desse movimento, embora possa frear o consumo e o investimento a curto prazo, é estratégico para ancorar as expectativas e trazer mais segurança para o mercado”, avaliou Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus.

Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest concordou com a avaliação, afirmando também que o contexto fiscal incerto exige do Copom uma postura mais cautelosa para estimular a compensação de sua política. 

” Esse movimento ajuda a conter uma possível toxicidade nos preços, mas também deve frear o ritmo de recuperação do consumo a curto prazo”, disse Andrade.