Economia dos EUA

Fed: CPI faz subir apostas de corte de 25 pontos base nos juros

Conforme leitura de ferramenta do CME Group, a chance do Fed cortar os juros nesse nível saltou de 58,7% para 79,1% após dados do CPI

Fed: diretores esperam cortes de juros de 75 pontos base em 2024 / Creative Commons
Fed: diretores esperam cortes de juros de 75 pontos base em 2024 / Creative Commons

Os números do CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA foi divulgado nesta quarta-feira e reforçou as apostas que o mercado já apontava anteriormente, de que o Fed (Federal Reserve) deve fazer um corte de 25 pontos-base nos juros em dezembro, segundo o CME Group.

A ferramenta de monitoramento da empresa, a chance do Fed reduzir a taxa básica de juros norte-americana em 25 pontos base era de 79,1%, por volta das 10h55 (de Brasília).

Antes da leitura dos números do CPI, essa chance estava em 58,7%, segundo a “CNN Brasil”. Já a probabilidade de manutenção dos juros caía de 41,3% para 20,9%.

Um outro ponto que o mercado tem ressaltado sobre esse tema, mesmo que de maneira minoritária, são as apostas para um corte nos juros mais agressivo até março de 2025. 

Para a reunião que o Fed deve realizar em março do ano que vem, a probabilidade de corte de 75 pb passou de 9,1% para 14,7%.

Trump x Fed: radar dos próximos anos capta tensão e conflitos

Caminhando para o final do ano, o mercado financeiro está avaliando uma série de fatores que devem se destacar no cenário econômico de 2025. Entre eles, a relação entre o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o Fed (Federal Reserve) – banco central do país – que promete ser conflituosa, com tentativas de limitar o poder da autoridade.

Após a confirmação da vitória de Trump, que anteriormente já havia dito que deveria ter uma opinião nas decisões do Fed, o presidente do banco, Jerome Powell, afirmou que não renunciará ao cargo se lhe for solicitado. 

“Acho que tenho instintos melhores do que, em muitos casos, as pessoas que fazem parte do Fed ou o presidente”, disse Trump em agosto.

Para o especialista em investimentos e matemático, Guylherme Mattos, essas declarações acendem um alerta e despertam especulações de que o presidente dos EUA poderia tentar limitar a autonomia do Fed, conduzindo, assim, as decisões conforme seus interesses.

“Ainda assim Powell já falou que não deixará a presidência do Fed caso Trump peça, nesse sentido o Trump não tem o poder de demiti-lo ou rebaixá-lo, mas todo esse embate gera um cenário de incerteza e instabilidade na economia dos EUA”, afirmou. 

Como o mercado já tem projetado há um tempo, os projetos de Trump para a economia dos EUA – com medidas mais protecionistas no comércio, principalmente – gere um efeito inflacionário.