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Banco Master acelera planos de captação externa após melhora de rating

O trabalho vem sendo feito na diversificação das fontes de funding do Banco Master; em outubro, a Fitch elevou a nota de crédito da empresa

Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master/ Foto: Reprodução
Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master/ Foto: Reprodução

Depois de ter seu rating elevado em nível nacional pela Fitch – agência de classificação de risco – no mês passado, o Banco Master aproveitou a decisão para acelerar planos de uma captação internacional. 

O trabalho vem sendo feito na diversificação das fontes de funding do banco, que acredita haver oportunidades para fechar uma operação em breve, apesar das turbulências recentes nos mercados financeiros.

Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master, afirmou, sem dar muitos detalhes, que a captação pode ter um componente de dívida e outro de capital. 

“Recebemos um rating A-, no grau de investimento, e estamos conversando com investidores. A melhora do rating do Brasil também ajudou e essa operação será algo representativo para nós, em termos de volumes”, afirmou.

O banco contratou a Fitch para avaliação justamente para uma captação internacional, segundo ele. 

“A agência estudou a fundo nosso balanço, acompanha a evolução do banco. O rating mostra que estamos no caminho correto, diversificando os negócios, dando resultado, aprimorando a governança”, prosseguiu.

Enquanto isso, Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, comentou que apesar do momento de estresse nos mercados, por conta dos juros e dólar altos, há otimismo de que o Brasil caminha para reconquistar o grau de investimento em poucos anos. 

“A visão dos estrangeiros sobre o Brasil é melhor do que a dos locais. Lógico que conseguir o equilíbrio nessa questão fiscal não é fácil, mas acho que o ministro Fernando Haddad vai conseguir aprovar o pacote de gastos. A situação brasileira é relativamente sólida, longe de ser catastrófica”, disse o economista.

Além da Fitch, a Moody’s também revisou recentemente o ratinho do banco, a decisão foi reflexo de uma franquia em rápido crescimento focada em negócios corporativos e crédito consignado. 

A carteira do Banco Master ainda apresenta concentrações significativas, segundo o relatório da agência, bem como uma exposição significativa a precatórios e a ações na sua carteira de títulos, o que acrescenta riscos e gera opacidade na estrutura de balanço.

“Ao alterar a perspectiva dos ratings para positiva, reconhecemos melhorias recentes e esforços contínuos para fortalecer a governança corporativa, que ajudarão o banco a aprimorar a disciplina de gestão de risco, à medida que continua a expandir suas plataformas bancárias de crédito e de investimento”, disse a Moody’s.

Banco Master alcança grau de investimento da Fitch ao reforçar governança

Nos últimos dois anos, o Banco Master implementou diversas iniciativas voltadas para aprimorar sua governança e transparência. Como resultado, em outubro, o banco obteve o grau de investimento da agência Fitch. 

O rating nacional de longo prazo do Master foi elevado de BBB (bra) para A-(bra). 

Essa atualização posiciona o banco em um nível equivalente ao de grandes instituições financeiras do país, tornando-o mais atrativo para investimentos de fundos estrangeiros de maior porte.

“Desde o início tivemos em mente que as diretrizes de governança eram essenciais”, afirma Luiz Antônio Bull, diretor estatutário do Banco Master. 

A melhoria na avaliação do Banco Master reflete os esforços contínuos em fortalecer suas práticas de compliance e gestão de riscos. Como parte dessa estratégia, em 2023, o banco estabeleceu um conselho consultivo composto por figuras renomadas do mercado financeiro. Entre os membros estão os ex-presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles e Gustavo Loyola, além do ex-diretor do BC, Geraldo Magella.

“Partimos do pressuposto de que todo processo decisório é colegiado, baseado em regras que respeitam atos regulatórios e disciplinas internas criadas tendo em mente a tomada de risco”, diz Bull, que antes de integrar o time de executivos da instituição foi diretor do Grupo Safra no Brasil e nos EUA e CEO do Banco Safra em Nova York, onde morou por mais de uma década, até 2013.