Política

Galípolo: eleição dos EUA gerou muita volatilidade aos mercados

Na visão de Galípolo, com a proximidade da eleição no país foi se perdendo o alívio imaginado com taxas de juros internacionais mais baixas

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), ressaltou novamente que a eleição norte-americana agregou muita volatilidade aos mercados.

O ano de 2024 começou com expectativas de que o Fed (Federal Reserve) iniciaria o ciclo de corte de juros nos EUA, com o mercado chegando a precificar 6 reduções ao longo do ano, lembrou Galípolo.

“Mas aí, logo no primeiro trimestre, os dados econômicos saem e demonstram uma maior resiliência e maior dinamismo por parte da economia norte-americana – e a gente assiste uma postergação desse início de cortes”, rememorou, salientando que o Fed passa a ficar mais dependente de dados. 

O futuro presidente da autarquia participou do evento “O futuro é hoje: insights e tendências para transformar seus negócios”, realizado na quarta-feira (13) na capital paulista pela Bradesco Asset e o Bradesco Global Private.

Galípolo seguiu comentando que no segundo semestre pareceu que, de novo, iriam se reunindo as condições para o início do ciclo de corte.

“Começa a existir certa sobreposição de uma expectativa do que seria esse início de corte, como é que isso poderia se comportar, o que seria uma taxa de juros terminal, qual seria o ritmo de corte, em que reunião se iniciaria, quais os possíveis desdobramentos por resultado da eleição”, disse o diretor, segundo a “CNN Brasil”.

Na avaliação de Galípolo, com a proximidade da eleição no país foi se perdendo o alívio imaginado com taxas de juros internacionais mais baixas.

“Por isso que a gente conclui a ata dizendo que o cenário atual demanda mais cautela para países emergentes”, enfatizou.

O cenário se trata de um quadro realmente mais desafiador do que se imaginava, por exemplo, no começo do ano para países emergentes, destacou Galípolo.

“O cenário global demanda cautela, especialmente da autoridade monetária do Brasil”, afirmou o diretor do BC.

Galípolo diz que os efeitos secundários na inflação exigem atenção

O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (13) que uma série de efeitos secundários na inflação, decorrentes de choques de oferta na economia, pode ser persistente e exigir maior atenção dos formuladores de política monetária.

Ao ser questionado em um evento promovido pela Bradesco Asset Management sobre a avaliação do BC em relação ao choque inflacionário — gerado pela pressão nos preços de carnes e, em menor grau, pela oferta de energia — o diretor ainda disse que é preciso estar mais atento a esses efeitos secundários em uma economia com maior dinamismo, moeda desvalorizada e resiliência.