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Ações do Varejo derretem com alta dos juros futuros

Dentre os principais papéis do varejo, a Casas Bahia tem a maior queda, seguida da Magazine Luiza e C&A

Foto: Varejo/Pexels
Foto: Varejo/Pexels

Na sessão desta quarta-feira (27), as taxas de juros futuros seguem no ritmo de alta, o que está impactando negativamente as ações de setores mais sensíveis a eles, como o varejo e a construção

Mesmo com a confirmação do governo federal de que o ministro Fernando Haddad (PT) fará na noite desta quarta-feira (27) um pronunciamento sobre o pacote fiscal, os investidores ainda não estão muito animados.

Dentre os papéis que formam o Ibovespa, as maiores quedas dentre as construtoras foram da MRV (MRVE3) e Cyrela (CYRE3), derretendo 4,08% e 3,75%, por volta de 13h47.

Já na linha do varejo, que vem enfrentando um cenário ruim durante todo o ano, com recuperações judiciais, inflação ainda alta e volta do ciclo de aperto monetário, também não escaparam neste pregão.

O destaque negativo foi a Magazine Luiza (MGLU3), com desvalorização de 3,76%, a R$ 10,30, por volta do mesmo horário. Já a C&A (CEAB3) cai 3,88%, a R$ 12,43, enquanto as Lojas Renner (LREN3) estão perdendo 2,17%, a R$ 16,76.

Além disso, outras ações importantes do setor de varejo, Americanas (AMER3) e Casas Bahia (BHIA3), também estão desvalorizando 1,43% e 6,60%, respectivamente.

Varejo cresce 0,5%, número abaixo das expectativas

As vendas do varejo cresceram 0,5% em setembro em relação a agosto, apontaram dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (12). O percentual está 0,6% abaixo do esperado, de 1,1%. O aumento na média móvel trimestral foi de 0,3%, uma vez que houve queda de 0,2% em agosto.

Na comparação anual, em relação a setembro de 2023, houve um crescimento de 2,1% nas vendas, o que representa a 16ª alta seguida. O aumento acumulado das vendas em 2024 é de 4,8% e de 3,9% nos últimos 12 meses.

Já no varejo ampliado – que inclui partes e peças, veículos, motos, bebidas, fumo, material de construção e atacado de produtos alimentícios – o aumento mensal foi de 1,8% e o anual de 3,9%. Em 2024, as vendas do varejo ampliado cresceram 4,5% e, nos últimos 12 meses, 3,8%.

Dificuldades no setor

O setor do varejo vive um momento de dualidade, diz o assessor de investimentos Idean Alves. Por um lado, há expectativas de crescimento de mais de 3% no PIB em 2024 e inflação não tão distante da meta. Por outro, o dólar está caminhando para os R$ 6,00 e a Selic está voltando ao subir.

“Então você consegue vender mais, só que com uma margem menor e um custo de capital maior, o que pressiona as empresas em uma ambiente de competição cada vez mais acirrado”, afirmou o assessor.