Aeris Energy, fabricante cearense de pás para geradores de energia eólica, registrou um prejuízo líquido de R$ 56,7 milhões no terceiro trimestre de 2024, um aumento de 15,5% em relação ao prejuízo de R$ 49 milhões no mesmo período de 2023. A empresa atribui esse desempenho à desaceleração acentuada do setor.
De acordo com relatos de funcionários à Revista Ceará, a empresa realizou uma série de demissões, destacando que, apenas em maio deste ano, cerca de 1.500 trabalhadores foram dispensados após o fim do contrato com a Siemens.
Em resposta à reportagem, a companhia afirmou, em nota, que reconhece que o momento atual para o mercado de energia eólica no Brasil é “desafiador e bastante complexo. Mas acreditamos nas perspectivas positivas de futuro, dados os compromissos de descarbonização que estão sendo firmados em todo o mundo”.
O trimestre também foi marcado pelo descomissionamento de duas linhas de produção, além do início da produção de outras duas novas.
Atualmente, o portfólio da empresa conta com dez linhas, sendo que oito já estão operacionais e duas ainda estão em fase de maturação.
“Com relação ao cenário de curto prazo, e com a finalidade de buscar mais eficiência operacional, informamos que fizemos diversos ajustes em nossa estrutura, o que inclui também uma adequação em nosso quadro de colaboradores. Ainda assim, cabe ressaltar que seguimos entre as maiores empresas empregadoras do Ceará”, completou a nota.
Durante o último trimestre, a companhia passou pelo descomissionamento de duas de suas linhas de produção e pelo ramp-up, ou seja, pela fase inicial de produção de outras duas novas unidades.
No total, o portfólio da empresa é composto por dez linhas, sendo oito já operacionais e duas em processo de maturação.
Receita da Aeris Energy cai 44,1% no terceiro trimestre
Após a divulgação dos resultados, a XP Investimentos manteve uma visão negativa sobre a Aeris, apontando os desafios no mercado de produção eólica no Brasil, que afetam sua capacidade de produção e estão associados a níveis elevados de endividamento.
A empresa, no entanto, destacou seu plano estratégico de se concentrar de forma consistente no mercado externo, com a expectativa de que, nos próximos cinco anos, as exportações representem 50% de sua receita total.
A empresa reportou uma receita líquida de R$ 367,4 milhões no terceiro trimestre de 2024, o que representa uma queda de 44,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, e uma redução de 13% frente ao trimestre anterior. No acumulado de 2024, a receita totalizou R$ 1,3 bilhão, também apresentando um declínio de 38,7% em relação ao ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 27,3 milhões, uma queda de 49,1% em termos anuais. Já o Ebitda sem ajustes apresentou uma retração ainda mais significativa, de 61,2%.