Economia brasileira

‘Pacote fiscal não é ambicioso nem alinhado com cenário’, diz Goldman Sachs

"O pacote é considerado decepcionante, muito difuso, com rendimento incerto", afirmou o relatório do Goldman

Goldman Sachs
Foto: Goldman Sachs / Divulgação

O pacote de contenção de gastos anunciado na noite de quarta-feira (27), que inclui a isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5 mil por mês, foi avaliado pelo Goldman Sachs como insuficiente e desalinhado com as necessidades do atual cenário macroeconômico.

“O pacote é considerado decepcionante, muito difuso, com rendimento incerto”, afirmou o relatório do Goldman, segundo a Exame.

Um dos destaques foi a inclusão de uma medida que reduz a receita do IR pessoal, somada a uma carga tributária maior e à incerteza sobre os contribuintes de alta renda. Segundo o relatório, isso reforça a percepção de que o governo mantém uma estratégia focada em impostos e gastos, em vez de priorizar ajustes fiscais mais rígidos.

O Goldman Sachs destacou que essa abordagem é preocupante diante da deterioração da dinâmica da dívida e do aumento do prêmio de risco fiscal, o que torna a estratégia ainda mais arriscada. “As metas fiscais atuais são frouxas — com isenções permitidas, as metas fiscais primárias de 2025/26 estão ligeiramente abaixo de 0,00% a +0,25% do PIB — e estão cada vez mais distantes do que um cenário macroeconômico equilibrado exigiria.”

Pacote de gastos deve economizar R$ 327 bilhões até 2030

O Ministério da Fazenda estima que o pacote de corte de gastos vai economizar R$ 327 bilhões entre 2025 e 2030, de acordo com documento que detalha as medidas divulgado nesta quinta-feira (28). Para 2025 e 2026, o impacto projetado é de R$ 71,9 bilhões.

As medidas vão ser encaminhadas para votação do Congresso Nacional por meio de PEC (Proposta de Emenda Constitucional) e PLP (Projeto de Lei Complementar).

A economia projetada é de R$ 30,6 bilhões em 2025, R$ 41,3 bilhões em 2026, R$ 49,2 bilhões em 2027, R$ 57,5 bilhões em 2028, R$ 68,6 bilhões em 2029 e R$ 79,9 bilhões em 2030.

Enquanto a PEC vai estabelecer mudanças no Fundeb, abono salarial, DRU, subsídios e subvenções e no Fundo Constitucional do Distrito Federal; o PLP vai mudar o salário mínimo, previdência dos militares, biometria para serviços sociais, Lei Aldir Blanc e BPC (Benefício de Prestação Continuada).