O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nessa sexta-feira (29) que a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, uma das medidas que mais desagradou o mercado, só vai ser concretizada se houver “condições fiscais” para isso.
“A questão de isenção de IR, embora seja um desejo de todos, não é pauta para agora e só poderá acontecer se (e somente se) tivermos condições fiscais para isso. Se não tivermos, não vai acontecer”, afirmou o presidente do Senado, por meio de nota.
Ainda segundo Pacheco, “essa é uma discussão para frente, que vai depender muito da capacidade do Brasil de crescer e gerar riqueza, sem aumento de impostos”.
“Em se tratando de política fiscal, é preciso afastar o medo da impopularidade que constantemente ronda a política”, disse Pacheco, em uma crítica indireta ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lira promete acelerar cortes de gastos na Câmara, mas IR será adiado
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarou nesta sexta-feira (29), por meio de uma rede social, que os deputados se empenharão com todo esforço, celeridade e boa vontade” para aprovar as medidas de redução de gastos propostas pelo governo federal.
“Reafirmo o compromisso inabalável da Câmara dos Deputados com o arcabouço fiscal. Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar”, publicou.
Em publicações seguintes, o chefe da Casa Baixa destacou que a inflação e a valorização do dólar são “problemas que afetam de forma mais intensa as camadas mais pobres da população”.
Ele também fez uma menção, sem citar diretamente o projeto, a uma possível objeção em relação ao outro tema divulgado pelo governo nesta semana: a reforma da tabela do Imposto de Renda, que visa elevar para R$ 5 mil a faixa de isenção do tributo.
“Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas. Uma coisa de cada vez. Responsabilidade fiscal é inegociável”, postou.