A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) terminou nesta quarta-feira (11) com a decisão de elevar a Selic (taxa básica de juros) em 1 p.p. (ponto percentual). Sendo assim, a taxa chegou ao nível de 12,25% ao ano.
A decisão foi unânime e mostrou, mais uma vez, a disposição do Copom em perseguir o controle da inflação no Brasil, como esperava o mercado financeiro. A política monetária vem em rota de aperto desde setembro, quando o colegiado voltou a elevar a taxa.
Os agentes do mercado financeiro vinham alimentando dois possíveis cenários para o resultado dessa reunião, o primeiro considerando a elevação que se confirmou (1 p.p.) e a segundo com uma alta um pouco menor de 0,75 p.p.
Em relação a essa expectativa mais radical, Márcio Saito, CFO da Entrepay, alertou para os pontos negativos.
“Do ponto de vista de médio prazo, acredito que 2025 será um ano de adversidades para a economia, com poucas chances de uma redução significativa na taxa básica até 2026”, avaliou.
Ja na avaliação de Ricardo Martins, economista chefe da Planner Investimentos e presidente da APIMEC Brasil, a dinâmica inflacionária de outubro e novembro foi animadora, considerando os efeitos positivos da bandeira amarela em energia elétrica e as estimativas melhores com a bandeira verde para dezembro.
“A grande questão está na forte e abrangente desancoragem das expectativas causadas pelo crescente risco fiscal e seus impactos no câmbio”, acrescentou. Além disso, a elevação em 1 p.p. também reflete a necessidade do Copom em melhorar sua credibilidade, segundo Martins.